Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de março de 2021
A delegação brasileira que foi a Israel a mando do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para conhecer o spray nasal EXO-CD24, que seria mais uma arma no combate à pandemia da Covid-19, teve negado o pedido de acesso ao Hospital Ichilov de Tel Aviv, onde são feitos os testes do produto, que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu descreveu como “milagroso”.
A comitiva, da qual participam o chanceler Ernesto Araújo e o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso, Eduardo Bolsonaro, teve permissão para entrar em Israel sem a necessidade de quarentena, apesar da proibição de entrada de estrangeiros no país e a ameaça de uma variante brasileira do novo coronavírus.
O site de notícias Ynet informou, no entanto, que a delegação ficará confinada em seu hotel durante toda a visita, exceto nos encontros com Netanyahu e com ministro das Relações Exteriores Gabi Ashkenazi, marcados para o gabinete do primeiro-ministro e para o Ministério das Relações Exteriores, respectivamente.
Representantes do Hospital Ichilov de Tel Aviv, que está por trás do spray nasal EXO-CD24, irão se reunir com membros da delegação no hotel, depois que o pedido de visita ao hospital não foi autorizado.
O Itamaraty, confirmando os encontros, disse que a visita é realizada “de acordo com as orientações do Ministério da Saúde de Israel e que a delegação se reunirá com Netanyahu e funcionários do Ministério da Saúde a fim de examinar maneiras de cooperar na questão do coronavírus”.
Ministro repreendido
Este não foi o único contratempo enfrentado pelos brasileiros em Israel. Em uma cerimônia oficial com o chanceler israelense Gabi Ashkenazi, o ministro Ernesto Araújo foi repreendido por não usar máscara de proteção.
Ao ser chamado para bater a foto oficial junto com Ashkenazi, Ernesto se levantou ao encontro do ministro israelense, este já de máscara, e foi repreendido pelo mestre de cerimônias: “Nós precisamos que coloque a máscara”, advertiu o cerimonialista.
Povo miscigenado
O filho do presidente da República Eduardo Bolsonaro voltou a dizer que o objetivo principal da viagem é falar sobre esse medicamento, desenvolvido pelo Hospital Ichilov (Tel Aviv), mas ainda em fase inicial de testes.
“O objetivo da viagem aqui dar todo o suporte necessário ao embaixador Ernesto Araújo nessa missão que tem tudo a ver com a pandemia”, disse Eduardo Bolsonaro. “O novo medicamento, chamado EXO-CD24, tem tido uma eficiência perto de 100% nos primeiros testes com relação ao combate à Covid-19, e a nossa expectativa é de que nós possamos aqui traçar acordos de cooperação para trazer para o Brasil a fase 3, a chamada fase de teste”.
Segundo o deputado, os israelenses estariam interessados na participação brasileira porque “o Brasil é um povo famoso por ser miscigenado, com material genético bem diversificado”. Isso ajudaria na obtenção de testes mais amplos sobre a droga. “As expectativas são altas, estamos aqui cumprindo essa agenda, mas tem outras laterais também, como operação tecnológica, áreas de telemedicina e agência espacial”, disse o filho do presidente.