Geral Hungria fecha rodovias após imigrantes romperam bloqueio policial
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2015
A indefinição da Europa em estabelecer uma política para refugiados deixa milhares deles presos na fronteira e, diante do temor de serem deportados, iniciam dezenas de confrontos e choques com a polícia local. No acampamento de Roszke, localizado na Hungria, mais de 500 pessoas conseguiram escapar do cerco policial e o governo foi obrigado a fechar a estrada que liga o país à Sérvia.
Na rota dos refugiados que saem da Turquia em direção à Alemanha, a Hungria passou a ser o epicentro da crise. O governo de Budapeste deixou claro que não quer a entrada dessas pessoas mas, ao mesmo tempo, dificulta a passagem daqueles que já estão dentro do país e seguem viagem.
Para evitar que os refugiados cheguem à Hungria, o governo faz questão de não estabelecer qualquer tipo de estrutura de acolhida. Mas isso não está impedindo a chegada de milhares de pessoas. Em apenas 48 horas, três mil refugiados cruzaram a fronteira. A Organização das Nações Unidas estima que mais 40 mil pessoas devem chegar ao território húngaro nos próximos dias.
O resultado do impasse político sobre as cotas que cada país europeu terá de assumir se transformou em uma crise em Roszke. Confrontos entre policiais e refugiados desarmados têm sido frequentes na região.
Desde terça-feira, mais de uma dezena de incidentes foram registrados com pessoas tentando escapar de um cordão de proteção formado por inúmeros policiais. Alguns conseguiam entrar por um milharal, enquanto outros apenas empurravam as barreiras criadas pelas forças de segurança. Mais de 500 pessoas que estavam no acampamento fugiram, tomando a estrada que liga o Sul do país a Budapeste.
Reforço
O governo mandou reforço policial para a região. Mas as autoridades foram obrigadas a fechar a estrada diante da tomada da pista. Alguns agentes estavam trabalhando em turnos de 16 horas.
Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, contra-atacou nessa quarta-feira. “Podemos construir muros. Mas imagine por um segundo se fosse você, com seu filho nos braços e o mundo que você conhecia havia sido destruído. Não haveria um preço que você não pagaria, não haveria um muro que você não pularia”, afirmou.
(Jamil Chade/AE)
