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Brasil Indícios complicam a defesa de Lula no caso do apartamento em São Bernardo do Campo

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A força-tarefa acusa Lula de ter recebido o apartamento, comprado por 504 mil reais em 2010, como parte da propina paga pela Odebrecht . (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Os investigadores da força-tarefa da Operação Lava-Jato têm indícios de que a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez pagamentos do aluguel de apartamento em São Bernardo do Campo (SP). Entre os documentos da família apreendidos pela Polícia Federal, há uma planilha na qual não consta essa despesa.

O documento, intitulado “Contas Mensais 2º Sem. 2011”, traz desembolsos com condomínio, energia elétrica e IPTU de 2011 do apartamento onde Lula mora e o do imóvel vizinho, apontado pela Lava-Jato como sendo do petista, mas não o aluguel de 3,5 mil reais que aparece em recibos entregues pela defesa como prova de que o petista é locatário. Nesses mesmos arquivos da família Lula da Silva, a defesa do ex-presidente afirmou ter localizado os 26 recibos de aluguel.

A força-tarefa acusa Lula de ter recebido o apartamento, comprado por 504 mil reais em 2010, como parte da propina paga pela Odebrecht no esquema de corrupção na Petrobras. De acordo coma denúncia, o imóvel foi repassado porme iode um esquema de lavagem de dinheiro feito pelo advogado Roberto Teixeira e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, ambos amigos do ex-presidente. Para isso, teria sido usado como laranja o engenheiro Glaucos da Costamarques, primo de Bumlai.

O jornal O Globo revelou que o engenheiro assinou, em um único dia de novembro de 2015, parte dos recibos de aluguel do imóvel usado pelo ex-presidente. A defesa de Glaucos comunicou o fato ao juiz Sérgio Moro. O engenheiro disse, em depoimento a Moro, que nunca recebeu o aluguel, até começar a Lava-Jato .“Aguardei, não me pagaram o primeiro mês, não me pagaram o segundo mês.”

As cópias dos 26 recibos com datas entre agosto de 2011 e dezembro de 2015 foram entregues à Justiça na segunda-feira passada pela defesa de Lula. O contrato, assinado em 2011, tinha a ex-primeira-dama Marisa Letícia como locatária. Para a força-tarefa da Lava-Jato, Glaucos serviu de laranja para ocultar a propriedade do imóvel.

A compra da cobertura 121 – que é vizinha à 122 em que Lula reside e é dono – é objeto do segundo processo criminal em que o petista será julgado por Moro. Em junho, o ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, usado pela construtora OAS para lavar dinheiro para o petista, segundo a acusação.

Na ação envolvendo o apartamento de São Bernardo, além dos 504 mil reais que teriam sido propina recebida em forma de doação dissimulada do apartamento, Lula e Teixeira são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro na aquisição de um terreno de 12 milhões de reais, em São Paulo, para sediar o Instituto Lula – a operação acabou sendo abortada. Ambos os negócios estão relacionados a propina supostamente paga pela Odebrecht por contratos com o governo, em especial na Petrobras.

A abertura dos sigilos bancários e os documentos apreendidos durante e depois da 24ª fase da Lava-Jato – em março de 2016, quando Lula foi levado coercitivamente para depor – mostram que, quatro meses depois de Glaucos ter emitido três cheques para pagar o apartamento 121, ele recebeu em sua conta 800 mil reais da DAG Construtora, empresa cujo dono (Demerval de Souza Gusmão Filho) é amigo de Marcelo Odebrecht. Segundo as investigações, a DAG era usada pela empreiteira para realizar operações do seu “departamento da propina”.

Os cheques administrativos de Glaucos, de agosto de 2010, teriam sido entregues a Teixeira. O advogado é apontado como responsável pela negociação de compra do imóvel usado por Lula desde o seu primeiro mandato – o aluguel foi pago pelo PT até 2007 e depois pela Presidência da República, até janeiro de 2011. O material faz parte das provas que o Ministério Público Federal vai usar para pedir a condenação de Lula como verdadeiro dono do imóvel.

Para os procuradores da Lava-Jato, tanto o contrato de locação feito pelo engenheiro em nome da ex-primeira-dama como o lançamento de valores de pagamentos de aluguel feito nas declarações de Imposto de Renda de Lula e de Glaucos são falsos e serviram para dar aparência de legalidade ao negócio.

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https://www.osul.com.br/indicios-complicam-a-defesa-de-lula-no-caso-do-apartamento-de-sao-bernardo-do-campo/ Indícios complicam a defesa de Lula no caso do apartamento em São Bernardo do Campo 2017-09-30
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