Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2024
As investigações sobre as causas da tragédia do Titan, o submarino que implodiu durante uma expedição aos restos do Titanic com bilionários a bordo, foram adiadas por tempo indeterminado, de acordo com a Guarda Costeira dos Estados Unidos, responsável pelo caso.
Em um comunicado publicado na sexta-feira (14), a Guarda Costeira – que também comandou, na ocasião, as operações de resgate ao submarino – afirmou que terá de estender as investigações, previstas inicialmente para serem concluídas neste mês.
O principal motivo do adiamento, segundo o comunicado, foi a necessidade de voltar duas vezes ao local onde os destroços do Titan foram encontrados – a 3.800 metros de profundidade e em um ponto do Oceano Atlântico a 600 quilômetros da costa do Canadá.
Apesar de ter levado os restos do submarino, a Guarda Costeira teve de contratar duas missões extras ao local para buscar mais evidências. As missões foram solicitadas por um grupo de engenheiros das Marinhas dos EUA e do Canadá, que desde o ano passado vêm revisando as evidências encontradas nos destroços do Titan.
Os engenheiros que conduzem a investigação também perceberam que era preciso fazer mais testes com o material recolhido.
Os investigadores já sabem que a implosão foi provavelmente causada por uma falha do submarino em lidar com a pressão em uma nível tão profundo do mar. No entanto, ainda falta “uma compreensão abrangente” do episódio que permita a revisão dos atuais protocolos e a criação de novos parâmetros para expedições semelhantes com submarinos, segundo o presidente das investigações da Guarda Costeira dos EUA, Jason Neubauer.
Ninguém sabe até agora, por exemplo, por que houve essa falha – a OceanGate, empresa que criou o Titan, também não esclareceu isso publicamente.
“A investigação sobre a implosão do Titan é um esforço complexo e contínuo”, disse Neubauer. “Nós estamos empenhados em garantir a compreensão plena dos fatores que levaram a esta tragédia, a fim de evitar ocorrências semelhantes no futuro”.
O submarino desapareceu em 19 de junho de 2023 durante uma expedição para chegar até os restos do Titanic, em profundidade do mar onde só pouquíssimas espécies marinhas sobrevivem.
Um ano
No próximo dia 19, a tragédia do Titan completa um ano, ainda sem nenhum desfecho. Além da investigação inconclusa, a empresa responsável pelo Titan não foi judicialmente responsabilizada.
A OceanGate, que se dedicava a fazer expedições científicas e turísticas no fundo do mar, encerrou todas as suas atividades. O presidente da empresa era um dos tripulantes do Titan, e os outros representantes passaram a evitar dar declarações sobre o episódio.
A empresa cobrava US$ 250 mil (cerca de R$ 1,19 milhão) de cada passageiro. Eram cinco a bordo no total, e um deles era responsável por conduzir o submarino, que era guiado apenas por um joystick semelhante um controle de videogame. O dispositivo tinha apenas 7 metros de comprimento, 2,5 metros de altura e 2,5 metros de largura.
Estavam a bordo no dia da tragédia o diretor-executivo da OceanGate, Stockton Rush, piloto do submarino; o empresário paquistanês Shahzada Dawood; Suleman Dawood, que é filho de Shahzada; o bilionário e explorador britânico Hamish Harding; e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet, principal especialista no naufrágio do Titanic.