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Geral Jogadores de futebol são vítimas de golpes com criptomoedas

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Anúncio impulsiona mercado cripto, mas levanta incertezas sobre financiamento da iniciativa. (Foto: Reprodução)

O caso da suposta pirâmide financeira, envolvendo criptomoedas, da qual os jogadores Gustavo Scarpa e Mayke foram vítimas, ganhou destaque nos últimos dias. No entanto, isso está longe de ser agulha no palheiro. Os jogadores de futebol são um prato cheio para os golpistas, que sempre existiram, mas que hoje se valem especialmente da existência do mercado cripto para roubar o dinheiro (muito dinheiro) dos outros.

Os fatos mostram como essas celebridades da bola estão no foco dessas empresas de fachada. A R9 Gestão Patrimonial, empresa do ex-jogador Ronaldo Nazário (o Ronaldo Fenômeno), presta consultoria financeira e de patrimônio para jogadores e hoje tem 20 importantes astros da bola como clientes, cuidando de um total de R$ 800 milhões. Segundo Viviane Leal, presidente da R9, entre essas duas dezenas, não há um deles sequer que nunca tenha sofrido o assédio de pirâmides financeiras.

“Já é rotina. O jogador conhece alguém, que conhece alguém, que oferece um ‘investimento da China’ pra ele, algo ‘imperdível’, que dá 5%, 10% de retorno garantido ao mês e que nós sabemos, obviamente, que não existe”, diz Viviane.

No caso dos seus clientes, como eles possuem uma empresa especializada cuidando do dinheiro deles, antes de dizer qualquer sim ou não para essas ciladas, levam para a equipe da R9 analisar. “Para gente é muito fácil, a gente bate o olho e sabe que aquilo não existe, que não para em pé” e já avisa para o jogador responder um solene NÃO para o tal bilhete premiado, que tem muito mais cara de rifa de igreja para concorrer a um conjunto de panelas.

Viviane afirma que nunca teve problemas com algum dos clientes discordando da sua posição e querendo seguir em frente com o tal investimento. “Eles sempre acatam a nossa recomendação e, no caso deles se sentirem desconfortáveis para dizer não ao golpista travestido de gestor, eu mesma entro em contato para declinar o investimento. Já fiz isso algumas vezes”, lembra a executiva.

Jogadores de futebol sempre estiveram no foco de empresas de investimentos de fachada. Eles possuem os dois principais requisitos que esses golpistas mais procuram: têm um patrimônio alto e um nível de conhecimento sobre investimentos muito baixo. Ou seja, é a faca e o queijo nas mãos desses criminosos.

Com o advento das criptos, as propostas mirabolantes vindas dessas pirâmides se multiplicaram. Não que esses ativos digitais sejam sinônimos de pirâmides. Como se trata de um mercado bastante técnico e ainda por cima novo, os golpistas se aproveitam dessa complexidade para oferecer investimentos que os jogadores não conseguem entender bem, mas se sentem atraídos pelos supostos ganhos altos e rápidos. O verdadeiro canto da sereia.

Para Viviane, o caso Scarpa só reforça a importância de grandes investidores que não sabem do assunto terem uma assessoria financeira especializada. “Eu sempre digo aos meus clientes: ou você cuida do seu patrimônio junto com alguém que conhece do assunto, ou então coloca o seu dinheiro dentro de um bancão, que pode não fazer o seu dinheiro render o máximo que ele poderia, mas também dificilmente ele vai quebrar ou te oferecer um investimento que não existe”, diz a executiva da R9.

É inegável que cair em pirâmide financeira é um erro grave. De qualquer forma, é apenas um dos muitos deslizes que os jogadores de futebol cometem com o próprio dinheiro. Nesses sete anos à frente da consultoria financeira de Ronaldo Fenômeno, Viviane coleciona as mais pitorescas histórias, que só não são engraçadas para os protagonistas (os próprios jogadores), já que o “the end” geralmente foi alguma perda de dinheiro ou um problema burocrático para resolver.

Quando os jogadores procuram ajuda especializada geralmente eles têm muito dinheiro na mão (tudo na casa dos milhões de reais), mal ou nada aplicado. “Eu tenho cliente que chegou aqui com R$ 30 milhões na conta corrente há três anos”, lembra Viviane.

Um dos primeiros passos da consultoria financeira é sentar com o jogador, a sua família e mapear todos os gastos mensais do grupo. E aí já mora um novo erro: via de regra eles acham que gastam muito menos do que de fato desembolsam. “Tem jogador que acha que a família gasta R$ 50 mil por mês, por exemplo, quando na realidade, juntando tudo, chega a ser quase R$ 500 mil.” Eles erram a conta por um zero, coisa pouca.

“Esse nível de engano mostra o quanto eles não têm controle das finanças da família”, explica Viviane. O lado bom é que tamanho descontrole e tamanhas cifras vêm acompanhadas de muita gordura para cortar. “Nesse momento de radiografia da vida deles a gente encontra coisas que nem eles sabiam que existia: contas de celulares e pontos de TV a cabo que já não são mais usados; cartões de crédito que eles nem sabiam que ainda possuíam; contas em débito automático de casas que nem moram mais; títulos caros de clubes que nem mais frequentam e por aí vai. A lista é longa e variada. As informações são do jornal Valor Econômico.

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