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Por Redação O Sul | 18 de maio de 2016
A Operação Lava-Jato fez desaparecer doações de grandes empreiteiras aos principais partidos do País, que acabaram substituídas pelo Fundo Partidário no papel de maior mantenedor das agremiações políticas. As prestações de conta de 2015, entregues em abril ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostram que nenhuma das empreiteiras investigadas colaborou com os caixas dos diretórios nacionais do PT, do PSDB e do PMDB.
Até setembro, as doações de empresas eram permitidas por lei – somente naquele mês o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu pela proibição. Em 2013, as empresas investigadas pela Lava-Jato haviam sido generosas doadoras. Só a Construtora Norberto Odebrecht doou R$ 17 milhões para os três partidos. A Queiroz Galvão, R$ 15,7 milhões, e a Camargo Corrêa, R$ 14 milhões. O PT atingiu uma arrecadação, somente de empresas, de R$ 79,7 milhões naquele ano.
A tríade Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Odebrecht foi responsável por R$ 25,3 milhões. Quem assinou o balanço foi o então tesoureiro nacional da sigla, João Vaccari Neto, hoje preso em Curitiba em decorrência da operação. A investigação apontou que empresas fizeram doações por orientação de Vaccari, como pagamento de propina em troca da obtenção e manutenção de contratos com a Petrobras.
Dois anos depois, houve uma mudança drástica nas finanças dos partidos. O PT arrecadou apenas R$ 1 milhão de pessoas jurídicas entre janeiro e setembro de 2015, período em que as doações empresariais eram permitidas, e o dinheiro veio de um doador, o BCV Banco de Crédito e Varejo. Comparado a 2013, a queda total das doações foi de 92%, de R$ 119,4 milhões para R$ 8,6 milhões entre os três maiores partidos. (Folhapress)