Domingo, 27 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 26 de julho de 2025
Durante a inauguração da nova sede do PL na Paraíba, nesta sexta-feira, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro oficializou apoio à pré-candidatura do senador Efraim Filho (União Brasil) ao governo do estado. A presença de Michelle ao lado de Efraim e o discurso em defesa de seu nome marcaram o rompimento do líder do União Brasil no Senado com o governo Lula.
Logo após o evento, Efraim anunciou a devolução dos cargos federais que havia indicado na Paraíba, movimento interpretado como sinal de adesão ao campo bolsonarista.
— Os cargos estão à disposição. São duas pessoas, duas indicações aqui na Paraíba, na Codevasf e nos Correios. São cargos técnicos, nem são políticos. O mesmo governo que nomeia é o mesmo que exonera — afirmou o senador à rádio CBN João Pessoa.
No palanque, Michelle discursou para uma plateia de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e foi enfática ao declarar apoio a Efraim.
— A Paraíba vai mudar a sua história com Efraim no governo do estado e com Marcelo Queiroga senador. Precisamos de vocês, homens que entendem que a política é uma ferramenta de transformação — afirmou, sob aplausos.
Além de Michelle, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, aliado de Bolsonaro, também participou da cerimônia. Ele foi lançado como pré-candidato ao Senado na chapa encabeçada por Efraim. A aliança sela a entrada formal do União Brasil no campo de oposição no estado, hoje comandado por João Azevedo (PSB).
Durante seu discurso, Efraim acenou ao eleitorado conservador e criticou diretamente o Supremo Tribunal Federal.
— É inadmissível ver uma condenação cautelar de Jair Bolsonaro e ver o pivô da lava-jato ser colocado nas ruas livres, por invalidar provas — disse, subindo o tom em relação a Lula.
A movimentação gerou reações imediatas no campo da esquerda. Dirigentes do PT passaram a criticar publicamente o senador, que até então mantinha diálogo com o Palácio do Planalto. “Na Paraíba, a gente aprende que homem tem que ter posição: ou defende o Governo ou vai de vez pra oposição. Esse foguete parece que é flex”, ironizou o secretário estadual da Juventude, Pedro Matias.
Efraim Filho lidera o União Brasil no Senado, partido que ocupa três ministérios no governo Lula, mas que vem ensaiando um afastamento em alguns estados.
No plano nacional, a sigla tem dado sinais de que não deve compor o palanque de Lula em 2026. Uma das possibilidades em discussão é a candidatura presidencial do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que já se colocou como alternativa de centro-direita. Outra hipótese, que envolveria uma aliança com PP e Republicanos, prevê o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou a um nome do seu grupo político, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou um integrante da família Bolsonaro. Nesse cenário, a federação entre PP e União Brasil já vislumbra ocupar a vaga de vice na chapa. As informações são do portal O Globo.