Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Assim como a sentença condenatória de um ex-presidente foi inédita, as declarações de Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, mostraram a mesma característica. Não tem precedente o ataque que fez aos integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público, além de dizer que o Poder Judiciário agiu com um componente político muito forte. Acusou a todos de mentirem, buscando o caminho do confronto. Esqueceu que o julgamento prossegue e os desembargadores federais levarão em consideração sua avaliação.
Para justificar
Lula criticou a delação premiada, dizendo que Léo Pinheiro usou o recurso para incriminá-lo, ao ver que outros envolvidos estavam em suas mansões e não no presídio. De certa forma, inocentou Pinheiro, da OAS, que cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro.
Pronto para decolagem
Demonstrando disposição e vitalidade, Lula reivindicou a condição de candidato à Presidência da República em 2018, o que mobilizará como nunca a militância do PT. O passo seguinte será percorrer o País, arregimentando mais apoiadores.
Virou o Vento
Os fatos das últimas 48 horas determinaram o perfil da campanha eleitoral: será a mais acirrada da história republicana. Além de fazer sua defesa, Lula terá no atual governo um prato cheio.
Alto risco
Assessores e parlamentares que apoiam o presidente Michel Temer respiram, após a divulgação da sentença do juiz Moro, porque mudou o foco de atenção. Porém, o tubo de oxigênio é frágil e pode sofrer corte. Basta que surjam novas acusações da Lava Jato. Se Eduardo Cunha abrir a boca…
Julgamento político
Jânio Quadros, que renunciou à Presidência da República por vontade própria, só aparece uma vez a cada 100 anos. Como Michel Temer não tem a mesma vocação, usou a arma que tinha na votação do relatório que ameaça seu mandato. Forçou partidos aliados a substituírem deputados favoráveis à continuidade do processo. Ficou demonstrada, mais uma vez, que parlamentares têm autonomia limitada. O que estava na pauta, ontem, era um julgamento político e a continuidade do governo. Para se manter no poder, fazem o impossível, inclusive jogando a ética para longe.
Fundo musical
A trilha sonora da crise política começou com árias napolitanas, passou por sucessos da MPB e chega à fase dos Nervos de Aço, famosa composição de Lupicínio Rodrigues.
Já foi melhor
Não se conhece com exatidão quem definiu a casa da sogra como um espaço onde a balbúrdia toma conta. Sabe-se ter virado uma área em que chegar e mandar é só adentrar. O Senado se transformou na casa da sogra. Basta tomar o lugar do presidente da mesa diretora e ficar por ali o que tempo que quiser. A Câmara Alta do Congresso já teve dias melhores.
Pedras no caminho
Muitos dos desempregados buscam como saída o negócio próprio. Logo descobrem que precisam de autorização dos governos para qualquer iniciativa. Tudo depende da burocracia, do carimbo e da papelada que circula de mesa em mesa de repartições. Abrir uma empresa no Brasil custa caro. São licenças, taxas, alvarás, cartórios, advogado, contador, junta comercial. A lista é absurda. Depois, os empreendedores percebem que têm um sócio que fatura muito e de forma impositiva: os governos. Diariamente, hora a hora, minuto a minuto, ele recolhe a sua fatia do que é produzido.
No aguardo de novo impacto
Nos bastidores, o silêncio inquieta. Não está vazando nada da força-tarefa da Operação Lava Jato sobre novas delações.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.