Sexta-feira, 25 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o que classifica de “meninices” dos procuradores da Operação Lava-Jato e sugeriu que a “teoria do domínio do fato” (segundo a qual uma pessoa, mesmo não tendo praticado diretamente uma irregularidade, ordenou a ação) deve valer também para o juiz federal Sérgio Moro e para titular da PGR (Procuradoria-Geral da República), Rodrigo Janot.
“Eu fiquei sabendo que o Ministério Público pediu a minha prisão, a minha condenação. Em qualquer lugar do mundo, para ser indiciado, tem que ter prova. Agora, não precisa mais de prova nesse País”, protestou o líder petista, em uma referência ao pedido de prisão feito pela PGR contra ele no caso do triplex do Guarujá (SP).
Réu em cinco ações penais, três das quais no âmbito da Lava-Jato, Lula disse que já devassaram sua vida e, em mais de dois anos de investigações, nunca encontraram prova de que ele tenha se beneficiado com o esquema de corrupção na Petrobras. Foi aí que o ex-presidente mencionou a teoria do domínio do fato.
“Eu não sei se o procurador-geral da República ou o Sérgio Moro, eles têm um amigo que foi preso. Veio pedir desculpa na televisão, disse que ficou chateado, porque o procurador era amigo deles, queria fazer jantar com o procurador. Não sei se a teoria do domínio do fato cabe para eles ou se eles sabiam que o cara era ladrão”, provocou o ex-presidente.
Na sua avaliação, os procuradores da Lava-Jato estão agora sem saída. “Como é que faz depois de dois anos e meio dizendo que o Lula era culpado, prendiam não sei quem e diziam que o Lula seria delatado? Já prenderam uns 700 e o máximo que estão conseguindo com as delações é alguém dizer ‘eu acho que ele sabia'”, questionou.