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Rio Grande do Sul Mais de 300 pediatras elaboram manifesto pedindo o retorno das aulas presenciais no Rio Grande do Sul

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O documento foi entregue à Sociedade de Pediatria do RS

Foto: Agência Brasil
O documento foi entregue à Sociedade de Pediatria do RS. (Foto: Agência Brasil)

Um grupo de mais de 300 pediatras, apoiado pelo comitê científico da campanha LCE (Lugar de Criança é na Escola), afirmou que está “vendo com preocupação os prejuízos físicos, cognitivos e psíquicos causados pela ausência de aulas presenciais durante a pandemia de Covid-19”.

Os profissionais informaram que elaboraram um manifesto, com embasamento científico, a favor das atividades escolares presenciais. O documento foi entregue à SPRS (Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul) para que, segundo os autores do texto, “se posicione como entidade que representa os pediatras do Estado, apoiando o retorno das crianças à escola de forma segura, respeitando os protocolos”.

“Conhecemos a dura realidade da saúde em nosso Estado e no Brasil, agravada pelo atual momento. Porém, não podemos ser coniventes com o alto preço a ser pago pelas crianças em todas as idades escolares, com o atrelamento do fechamento das escolas ao sistema de bandeiras, bem como à realização de vacinação para os professores”, afirmou a Comissão Organizadora do Manifesto de Pediatras.

“É sabido que o cenário de crise na saúde ocasionado pela pandemia da Covid-19, apesar de gerar desassistência para adultos e idosos, não teve o mesmo impacto na população pediátrica. Os relatórios nacionais, assim como a literatura mundial, não demonstraram risco aumentado de adoecimento, internações ou óbitos para crianças e adolescentes, entre 0 e 19 anos. As evidências científicas recentes também relacionadas às novas cepas em circulação no País mostraram uma mudança no perfil acometido, havendo redução da faixa etária para 20 a 39 anos de idade, e ainda assim sem piora para o grupo infantil até o momento, diferentemente de outras viroses sazonais que essa faixa etária periodicamente enfrenta. Por outro lado, o afastamento do convívio com outras crianças nas escolas, pelo período prolongado de mais de um ano, ocasionou um aumento de doenças psiquiátricas, especialmente para aquelas crianças que já apresentavam predisposição, assim como um impacto negativo no desenvolvimento biopsicossocial, atraso de marcos do desenvolvimento nos menores de 2 anos, como a fala e comunicação não-verbal, obesidade e puberdade precoce nas crianças em idade escolar, déficit de cognição e aprendizado e distúrbios do sono, que deixa toda classe pediátrica com grande preocupação”, diz o manifesto dos pediatras.

“Em 23/03/2021, o Poder Executivo tornou no Estado do Rio Grande do Sul, através da Lei 15.603/20, a Educação como serviço essencial. Contudo, as escolas foram fechadas de forma arbitrária por atuação do Judiciário gaúcho em favor de movimentos e sindicatos financiados por fundo partidário, sem avaliar as questões técnico-científicas que temos na literatura, e contrariando a experiência internacional de que as escolas devem ser as últimas a fechar, quando todas as medidas de contenção do vírus já tiverem sido tomadas e as primeiras a abrir, quando for seguro, antes dos serviços definidos como não essenciais. Alguns países não fecharam as escolas nem mesmo quando decretaram lockdown, mostrando sua preocupação com as crianças e adolescentes”, prossegue o texto.

“As crianças entre 4 e 8 anos passam por um aprendizado social importante na escola, sendo extremamente importante para o desenvolvimento saudável da sua personalidade, interação com pares e percepção de mundo. Da mesma forma, as crianças nas séries iniciais adquirem e sedimentam o conhecimento para alfabetização, devendo aproveitar este momento de plasticidade cerebral para adquirir certas habilidades dentro do período de sua janela de aprendizado. Para estas crianças, a presença física é importante para que o aluno aprenda a relação da cadeia sonora da fala com a representação das letras. Ademais, essa privação do convívio social se torna ainda mais danosa àquelas crianças que apresentam deficiências ou dificuldade de aprendizado, como transtorno do espectro autista, dislexia, dentre outras. Existe grande preocupação também pela classe pediátrica com o aumento do tempo das crianças diante das telas e os graves problemas que isso pode ocasionar a médio e longo prazos, haja vista que os conteúdos programáticos do ensino médio e fundamental são extensos e exigem mais tempo do que o recomendado para crianças e adolescentes diante de computadores, tablets e celulares. Muitos países e Estados brasileiros já retornaram às aulas, e o nosso Estado precisa retomar as aulas presenciais o quanto antes, para evitar o aumento do analfabetismo, evasão escolar e a distorção entre idade e série escolar, ocasionando uma disparidade ainda maior entre crianças que estudam em escolas públicas e privadas. Para que a escola se mantenha um ambiente seguro, como vivenciamos nos últimos meses, é imprescindível um apoio da classe de pediatras aos pais e educadores, no que tange o reconhecimento da doença e afastamento da criança da escola aos primeiros sintomas. Neste quesito, conforme todos os protocolos que os COEs (centros de operação de emergência em saúde) locais preveem com fluxograma de testagem, isolamento e acompanhamento bem definidos, a escola pode se tornar local de triagem e fazer uma avaliação mais apropriada do número de casos do nosso Estado. A vacinação dos professores, assistentes educacionais e profissionais escolares é apoiada pelos pediatras. Entretanto, não vemos como cabível condicionar vacinação para reinício das aulas presenciais”, conclui o manifesto dos pediatras.

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