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Brasil Médico condenado a 278 anos de cadeia pelo estupro de 52 mulheres teve a pena reduzida para 181 anos

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Disputado especialista em reprodução humana viu sua fama ir para o lixo com relatos de que teria abusado de dezenas de suas pacientes. (Crédito: Reprodução)

Poucos sujeitos são mais desprezíveis que Roger Abdelmassih. Disputado especialista em reprodução humana, viu sua fama ir para o lixo quando começaram a surgir, via internet, sucessivos relatos de que teria abusado de dezenas de suas pacientes em seu próprio consultório, ao longo de décadas. Condenado a 278 anos de cadeia pelo estupro de 52 mulheres, teve a pena reduzida para 181 anos. Está preso desde 2014 no presídio de Tremembé (SP).

Quando as denúncias começaram a vir a público, o faturamento mensal da clínica de Abdelmassih chegava a 2 milhões de dólares. Considerado um gênio, e sabendo autopromover-se diante da mídia, o médico era um sujeito muito bem relacionado. Somente no mundo das celebridades, por exemplo, era amigo de Hebe Camargo, Tom Cavalcante, Gugu Liberato e outras tantas figurinhas fáceis. Certa vez, Roberto Carlos apareceu de surpresa em uma de suas festas retumbantes. Foi Abdelmassih o responsável pelo tratamento que gerou dois filhos de Pelé, que tinha feito uma vasectomia irreversível antes de casar-se com Assíria. Ele dominava o mercado de fertilização in vitro.

Vaidoso, amável quando lhe convinha, frequentemente agressivo, antiético até a medula, o médico começou a abusar de mulheres já um ano após ter prestado o juramento sagrado dos médicos, em 1969. Foi justamente esse juramento que ele jogou na sarjeta, pouco a pouco. Sempre houve queixas veladas a respeito da sua conduta.

Estupros.

A casa “caiu” quando uma das vítimas teve a coragem de expor seu trauma via Orkut, em 2007. Muitas outras ex-pacientes seguiram o caminho e o tormento veio a público. Muitas foram estupradas na própria clínica, enquanto estavam anestesiadas. O monstro também manipulava o material genético. Estima-se que uns 20 mil pacientes foram prejudicados. E muitas das crianças geradas na clínica foram frutos não da fertilização contratada – na verdade, eram crias do estuprador.

Ele chegou a ser preso em 2009, mas conseguiu se beneficiar de pedaladas jurídicas, garantindo uma liberdade inexplicável e, mais que isso, facilitando sua fuga por três anos. Gastou muito dinheiro contratando advogados da “pesada”, como Marcio Thomaz Bastos, já falecido, que chegou a ser ministro da Justiça.

As manobras de Bastos e companhia – e a contribuição do ministro Gilmar Mendes, que lhe concedeu um habeas corpus em 2009 – proporcionaram a liberdade e a fuga do médico para o Paraguai, onde refugiou-se anonimamente. Foi recapturado, em 2014, aos 69 anos de idade, depois de uma intensa investigação – em que o papel de um jornalista, aliás, foi fundamental. Vivia com muito conforto e luxo, ao lado da mulher e de dois dos seus cinco filhos registrados.

Como se vê, estamos falando de uma história mirabolante, costurada com muita pesquisa e talento pelo jornalista Vicente Vilardaga em “A Clínica – A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih” – um retrato de como a sociedade trata o estupro de cada dia.

Mais do que uma reportagem genial, é um alerta. Afinal, quem realmente tem poder para fiscalizar o que acontece em cada consultório, em cada clínica, em cada hospital deste País? Por que tanta gente fica em silêncio ao presenciar ou sofrer estupro? E quem tem poder para fiscalizar as decisões do Judiciário? (Nelson Vasconcelos/AD)

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