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Por Redação O Sul | 18 de março de 2020
Metade dos estudantes do mundo, ou seja, mais de 861 milhões de crianças, adolescentes e adultos estão sem aulas devido à pandemia de coronavírus, anunciou nesta quarta-feira (18) a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Com o fechamento total de escolas e universidades em 107 países e o fechamento parcial em outros 12 em consequência da pandemia da Covid-19, o número de estudantes sem aulas dobrou em quatro dias e deve continuar aumentando, destacou a organização em um comunicado.
“Isto impõe aos países desafios imensos para poder proporcionar um aprendizado ininterrupto a todas as crianças e jovens de maneira equitativa”, afirmou a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.
Como resposta imediata ao fechamento das escolas, a Unesco criou um grupo de trabalho para proporcionar assessoria e assistência técnica aos governos, anunciou a instituição, que tem sede em Paris.
A organização também destacou que está organizando reuniões virtuais periódicas com os ministros da Educação de todo o mundo para compartilhar experiências e avaliar as necessidades prioritárias.
Segundo o representante da Unesco, Vincent Defourny, a agência aconselha aliviar o impacto sobre o currículo escolar de várias formas. “A primeira coisa é fazer o uso mais extensivo possível de todos os recursos à distância, que podem ser pela internet, rádio, televisão e todas as formas que permitam aprender e manter contato com a aprendizagem à distância”, explicou.
Defourny recomendou também a importância da manutenção de vínculo com os alunos. Segundo ele, é muito importante que a estratégia de cada professor seja adaptada à circunstância do país e à circunstância da sua turma. “Por isso, o currículo será revisado. Mas damos a possibilidade de manter esse vínculo de aprendizagem e de trabalhar à distância da melhor forma possível”, afirmou o dirigente.
Como parte das medidas para tentar retardar a propagação do novo coronavírus, a Unesco apoia ações para minimizar perturbações no sistema de educação e facilitar a continuidade do aprendizado, especialmente para os mais vulneráveis.
Uma reunião virtual com Ministérios da Educação dos países afetados e preocupados em garantir meios alternativos de aprendizado para crianças e jovens juntou 73 países, incluindo ministros e vice-ministros.
Os temas discutidos incluíram: ajuda para preparar e implementar soluções de aprendizado à distância e de forma inclusiva, experiências e recursos digitais para abrir oportunidades a mais alunos sem grandes custos.
A Unesco incentiva plataformas de aprendizagem para apoiar a continuidade das aulas sem afetar o currículo local, parcerias para educação à distância e acompanhamento global de escolas e dos alunos afetados.
A Unesco destaca que o fechamento das escolas, mesmo que temporário, traz um alto custo social e econômico. Na área da nutrição, por exemplo, muitos menores ficam sem a alimentação que a escola oferece. Os pais com limitações às ferramentas digitais podem sofrer com esta falta de acesso. A Unesco aponta ainda que vários menores também podem ter maior exposição a comportamentos de risco ficando sozinhos em casa. As informações são da agência de notícias AFP e da Unesco.