Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de abril de 2021
Recém empossado, o novo ministro da Justiça, Anderson Torres trocou o comando da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta terça-feira (6). O anúncio ocorreu por meio das redes sociais.
Como chefe da Polícia Federal estava Rolando Alexandre, que assumiu o cargo em maio do ano passado após a saída de Sérgio Moro do ministério. Em seu lugar, entra Paulo Maiurino.
“Agradeço ao Dr. Rolando Souza pelo período em que esteve à frente da Direção-Geral da Polícia Federal. Iniciamos hoje o processo de transição do cargo para o Dr. Paulo Maiurino, a quem desejo felicidades nessa importante função no governo”, escreveu.
Na PRF, no cargo de Eduardo Aggio assume o inspetor Silvinei Vasques. “Agradeço ao Inspetor Eduardo Aggio pelo período em que esteve à frente da Direção-Geral da Polícia Rodoviária Federal. Iniciamos hoje o processo de transição do cargo para o Insp. Silvinei Vasques, a quem desejo sucesso no governo”, completou ele.
Mais cedo, o presidente comentou sem mencionar diretamente as trocas que tem ciência de que as mudanças ocorrem para melhor adequar o ministério. Ele agradeceu o ministro por ter aceito o convite. “E é natural as mudanças. E a gente sabe que você, todas as mudanças que efetuará no seu ministério, é para melhor adequá-lo ao objetivo ao qual você traçou. Você quer o Ministério da Justiça, o mais focado possível para o bem de todos em nosso país. Assim sendo, prezado Anderson, obrigado por ter aceitado o convite mais uma vez, e Deus o proteja juntamente com a sua família”, concluiu.
O primeiro discurso de Torres no cargo, nesta terça, já foi afinado com o presidente Jair Bolsonaro. Ao tomar posse em cerimônia fechada, sem transmissão ao vivo, o titular da Justiça defendeu a presença da “força da segurança pública” para assegurar “um ir e vir sereno e pacífico”.
O pronunciamento de Torres foi feito justamente no momento em que Bolsonaro trava uma disputa com governadores e prefeitos sobre medidas de isolamento social para combater a disseminação de covid-19. O presidente chegou a entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra decretos de toque de recolher editados por governadores do Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, mas não obteve êxito.
Além disso, na semana passada Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o comandante do Exército, Edson Pujol, que se recusaram a politizar as Forças Armadas. “Neste momento, a força da segurança pública tem que se fazer presente, garantindo a todos um ir e vir sereno e pacífico. Contem com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para dar esta tranquilidade”, afirmou Torres, que também destacou o combate ao crime organizado como uma de suas prioridades.
Em recente conversa com o presidente, Torres disse a ele que o enfrentamento à pandemia também terá o olhar atento da corporação. No início da gestão de Bolsonaro, a Polícia Federal era comandada pelo delegado Maurício Valeixo, indicado pelo então ministro Sérgio Moro, ex-juiz da Lava-Jato. Bolsonaro reclamava da atuação de Valeixo e exigiu sua cabeça. Moro pediu demissão, alegando interferência política. Mas desde que Rolando de Souza assumiu como diretor-geral, em maio do ano passado, a PF abriu outros inquéritos que incomodaram o Palácio do Planalto.
O mais recente deles, iniciado em março, investiga negócios envolvendo Jair Renan Bolsonaro, filho “04” do presidente. O objetivo da Procuradoria da República no Distrito Federal é saber se houve crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro praticados por um grupo empresarial do setor de mineração e o filho de Bolsonaro. Os outros três filhos políticos do presidente também são alvo da PF.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é acusado de comandar um esquema de rachadinha quando era deputado no Rio. O esquema, que também abrigaria funcionários fantasmas, seria usado, ainda, pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está na mira de inquérito do STF que investiga a propagação de fake news contra ministros da Corte e o financiamento de atos antidemocráticos. Em outra frente, a PF abriu inquérito contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para apurar se ele cometeu crimes na gestão da pandemia de covid-19.