Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 17 de fevereiro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Foi numa segunda-feira do fim de dezembro, na pizzaria Nico Pasta & Basta, no Ipiranga, em São Paulo. Numa mesa em ala restrita capitaneada pelo governador Geraldo Alckmin e o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sentaram-se sete delegados da cúpula da Polícia Civil. Alckmin contou que o ministro Moraes seria o candidato do PSDB ao governo paulista, e gostaria de contar com o apoio da corporação.
Mote eleitoral
O grupo chegou a discutir a estratégia de Alexandre de Moraes ser lançado com o discurso de segurança e ordem nas ruas. Tinham o apoio de Michel Temer.
Voo abortado
Com a morte do ministro Teori Zavascki no acidente aéreo, Temer avisou a Moraes que ele seria o indicado, e este informou a Alckmin que o projeto político estava abortado.
Escola Serra
Embora crave que ficará na prefeitura quatro anos, com o novo cenário o cotado para a candidatura tucana ao governo é o prefeito João Doria. José Serra fez escola.
Silêncio
Alexandre Moraes não quis comentar o caso. O governo de São Paulo não respondeu sobre a participação de Alckmin na reunião.
Lava-Jato 2.0
Aos inocentes que especulam que a políticos e representantes da PF e do Ministério da Justiça sentam-se à mesa para tratar do desmonte da Lava-Jato: não é assim. Embora a PF negue veementemente, delegados que estavam na operação ficaram estafados. Ocorre quando não se tem a equipe e estrutura necessárias para um trabalho duro.
Radiografia oculta
Basta conferir a equipe em Curitiba. Delegados reclamavam, sigilosamente, que o Ministério Público Federal tinha 14 graduados procuradores na sua força-tarefa. A PF contava cinco delegados e poucos agentes de apoio.
Pé na estrada
A delegada Erika Marena deixou namorado e família para trás ao ser transferida para Florianópolis. O clima ficou ruim na direção da PF para Marena quando seu nome foi lançado para diretora-geral. Marcio Anselmo foi parar em Vitória como corregedor após atuação brilhante na LJ. Evidente, quem preza pela carreira, não reclama aos holofotes.
Salvaguarda
Por isso a direção da PF correu para avisar ontem que a Lava Jato terá o orçamento de 2017 integral e nova equipe de apoio que será solicitada – porém aprovada pela direção em Brasília.
Mineirinho
O senador Aécio Neves, padrinho da indicação de Carlos Velloso para o Ministério da Justiça, visitou o ministério três vezes nas últimas duas semanas. Segundo assessoria, o senador foi cuidar de projetos de segurança pública que a pasta analisa.
PMDB x PSDB
O PMDB não quer deixar barato para os tucanos a “posse” do Palácio da Justiça. Pressiona Temer para criar um cargo de “vice-ministro” para um nome do partido.
Tem mais
Assim que a PF pisou na sede da BrasilCap atrás de documentos pessoais do presidente da entidade do BB, Márcio Lobão, houve diretor que correu e sequer era alvo. Um deles se escondeu numa sala.
Piada pronta
Por coincidência: ontem, dia da operação da PF que lhe cercou, o filho de Lobão publicou artigo num jornal do Rio cravando que a “capitalização ainda tem muito o que crescer”. Agora se sabe de que tipo de capitalização falava…
Ah, o brasileiro…
O saque das contas inativas do FGTS remete a caso similar do início dos anos 1990. Cid Moreira, no Jornal Nacional, avisou que o povo poderia ir às agências da Caixa no dia seguinte. Dito e feito. Filas dobravam esquinas. Mas boa parte nunca tinha assinado carteira de trabalho – e exigia seu dinheiro.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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