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Política Morre aos 80 anos Marco Maciel, vice-presidente no governo de Fernando Henrique Cardoso

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Maciel também atuou como deputado, senador e governador de Pernambuco. (Foto: Agência Senado)

Vice-presidente da República nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (FHC), Marco Maciel morreu na madrugada deste sábado (12), aos 80 anos, em Brasília (DF), em decorrência de quadro infeccioso respiratório, segundo o Hospital DF Star, onde estava internado desde 30 de março. Ele lutava havia sete anos contra o Alzheimer. De perfil discreto e conciliador, o recifense foi deputado estadual, federal, senador e governador de Pernambuco, além de ministro da Educação e da Casa Civil.

O corpo de Marco Maciel foi velado no Salão Negro do Senado e enterrado no Cemitério Campo da Esperança, também em Brasília. Ele deixa a mulher, Anna Maria Maciel, e três filhos.

FHC expressou pesar pela morte do companheiro de chapa. “Se me pedirem uma palavra para caracterizá-lo diria: lealdade”, disse. “Viajei muito, sem preocupações: Marco exercia com competência e discrição as funções que lhe correspondiam. Deixa saudades.”

ACM Neto, presidente do DEM, ex-PFL, partido que Maciel ajudou a fundar, enfatizou a postura íntegra do ex-vice-presidente durante sua vida política. “Marco Maciel foi um dos mais importantes quadros do nosso partido. Com sua exemplar atuação na vida pública, escreveu uma história irretocável de dedicação ao nosso País”, afirmou. “Foi uma liderança capaz de motivar políticos de todas as idades.”

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), também ressaltou o perfil conciliador do ex-vice-presidente. Pelas contas do governador, Maciel assumiu a Presidência da República 87 vezes nos oito anos em que foi vice de Fernando Henrique. “Considerado um artífice do entendimento, construiu sua trajetória como o homem da conciliação, com contribuições decisivas para o processo histórico brasileiro, ao atuar na linha de frente que resultou no fortalecimento da democracia”, disse em nota enviada à imprensa. “Pai de família e líder de princípios sólidos, fez da política a arte da construção ao abrir infinitas portas para o diálogo e o ordenamento institucional.”

Trajetória

Marco Maciel nasceu em Recife (PE), em 1940. De líder estudantil, ele chegou ao cargo de vice-presidente da República, em 1995.

O político ganhou sua primeira eleição como deputado estadual ainda na década de 1960 e, na eleição seguinte, em 1970, Maciel foi eleito deputado federal. Em 1976 foi eleito presidente da Câmara dos Deputados.

Na gestão Geisel, Marco Maciel foi escolhido para assumir o governo de Pernambuco e, à época, criou um projeto de combate à seca e deu prioridade ao Porto de Suape, iniciado no governo de Eraldo Gueiros. Foi no governo de Maciel que um navio atracou no porto pela primeira vez.

Na política, Maciel participou das articulações que criaram o PDS, em substituição ao Arena. Com a volta das eleições diretas para governador, em 1982, ele indicou o vice, Roberto Magalhães, para disputar o governo e se candidatou ao Senado.

Eleito, no Congresso Nacional, Maciel ganhou mais destaque como articulador político e, em 1984, se tornou peça-chave na criação de uma aliança com os oposicionistas ao regime militar. À época, o senador pernambucano estava cotado para ser o vice de Tancredo Neves, mas o senador José Sarney terminou sendo o escolhido.

Em 1994, Marco Maciel foi indicado vice-presidente na chapa do então candidato Fernando Henrique Cardoso, onde ocupou o cargo até 2002.

Em 2003, o político foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro.

Em 2010, quando já tentava o quarto mandato de senador, sofreu sua primeira derrota nas eleições de Pernambuco, disputando, assim, sua última eleição.

Repercussão

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), divulgou uma nota de pesar pela morte de Maciel. “É com tristeza que recebo a notícia, neste sábado, do falecimento de Marco Maciel, que foi governador de Pernambuco, senador e vice-presidente da República no governo Fernando Henrique Cardoso”, escreveu. Pacheco lembrou que o pernambucano lutava havia sete anos contra o mal de Alzheimer. “Sua partida inflige enorme perda para a política brasileira e a arte da conciliação. Meus sentimentos à sua família, amigos e admiradores.”

Nas redes sociais integrantes do cenário político nacional também lamentaram a morte do pernambucano. “Neste sábado, o Brasil se despede do ex-vice-presidente Marco Maciel. Político com extrema capacidade de negociação e dotado de espírito público, contribuiu para o engrandecimento do Brasil, sempre pautado pela ética e probidade. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, escreveu o atual vice-presidente do País, o general Hamilton Mourão, em sua conta no Twitter.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), decretou luto oficial de sete dias em homenagem ao seu antecessor. “Marco Maciel defendeu suas posições com ética e elevado espírito público. Características que também o destacaram na Academia Brasileira de Letras. Presto minha solidariedade à dona Anna Maria Maciel, aos filhos e demais parentes e amigos”, afirmou. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), publicou uma mensagem em solidariedade à família destacando o perfil democrático do político. “Lamento o falecimento de Marco Maciel, homem de espírito público, aberto ao diálogo, um democrata. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, declarou Lira.

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https://www.osul.com.br/morre-marco-maciel-vice-presidente-no-governo-fernando-henrique-aos-80-anos/ Morre aos 80 anos Marco Maciel, vice-presidente no governo de Fernando Henrique Cardoso 2021-06-12
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