Armando Burd Mudança na bússula
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Na política, o espaço não fica vazio. Com as sucessivas crises políticas no Brasil, a Argentina começa a tomar a dianteira. Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quartely, escreve na edição desta semana:
“Animai-vos, fãs de sanidade fiscal, do consenso democrático e da Lava-Jato. As eleições da Argentina provam que existe demanda por esses três conceitos supostamente antiquados em 2017. A vitória esmagadora da coalizão Mudemos, do presidente Mauricio Macri, tem grande significado para a Argentina, o restante da América Latina e talvez o mundo. Demonstra que um líder pragmático pode dizer verdades difíceis, começar a corrigir década de erros populistas, suportar uma recessão cruel… e ainda assim emergir vitorioso das urnas.”
Para ver e debater
O homenageado permanece como centro de debates acalorados, mas o Memorial Luiz Carlos Prestes, inaugurado ontem à noite em Porto Alegre, é uma obra arquitetônica notável. Projetado por Oscar Niemeyer, tem amplos espaços para eventos políticos e culturais. O acervo fotográfico documenta as várias fases da carreira na legalidade e na clandestinidade.
O mais debatido
Líder da coluna que percorreu 25 mil quilômetros em dois anos e meio; aluno das teses comunistas na União Soviética; perseguido por Getúlio Vargas, a quem passou a apoiar depois; eleito senador em 1945 com mais de 160 mil votos; presidente de honra do PDT a partir de 1982, Prestes é uma das figuras mais controversas da história política do país no século passado.
Relação antiga
As relações com a Rússia começaram em 1827, quando o regime czarista reconheceu a independência do Brasil. O rompimento ocorreu em 1947 após vitórias do Partido Comunista Brasileiro nas urnas, lideradas por Prestes, e o estreito vínculo do governo Eurico Gaspar Dutra com os Estados Unidos.
Aproximação
O prefeito Nelson Marchezan Júnior e o governador José Ivo Sartori andam cada vez mais afinados. Os canais de comunicação ficam sempre abertos para consultas e avaliações. Não parece que foram adversários há um ano.
Zona de perigo
Em período de crise e desencanto, ganhar eleições torna-se o passo mais fácil para aventureiros. Difícil, depois, é governar.
Questões fundamentais
Durante as campanhas do próximo ano, perguntas serão indispensáveis aos candidatos: saberão administrar um País ou um Estado que recebe menos do que gasta? Como?
Mudança forçada
Até estourarem os escândalos, o broche na lapela, que identifica senadores e deputados federais, era usado pela maioria. Boa parte não utiliza mais, com receio de constrangimentos públicos.
Dúvida
A semana começará com grande expectativa sobre o que ocorrerá no Supremo Tribunal Federal: os ministros Gilmar Mendes (foto) e Luís Roberto Barroso continuarão na troca de acusações com bate-boca público? Usarão extintor de incêndio ou jogarão mais gasolina na fogueira?
Tem resultados
Aos brasileiros descrentes: na década de 1960, Hong Kong era considerado um lugar com níveis assustadores de corrupção. Investigações e prisões levaram a reformas do Código Penal e a mudanças profundas na gestão pública. Hoje, conforme levantamento da Transparência Internacional, é o 18º país mais honesto do mundo. No mesmo ranking, o Brasil está na 76ª posição.
Confissão
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Romeu Rufino, reconhece que o aumento na conta de luz será “muito alto”. Dá para prever o que vem.
Há 55 anos
O mundo amanheceu a 29 de outubro de 1962, respirando com alívio. Estava superado o confronto de 13 dias (de 16 a 28 daquele mês), entre Estados Unidos e União Soviética, envolvendo mísseis em Cuba. Televisionada para todo o mundo, foi o momento mais próximo a que se chegou do início de um embate nuclear em grande escala durante o período da guerra fria.
Antevisão
“A nova safra de políticos promete. E também não cumpre.” (Da equipe do Casseta & Planeta).
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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