Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2020
Milhares de manifestantes se reuniram nos Estados Unidos no fim de semana, incluindo nas cidades de Nova York, Washington e Minneapolis, para mais manifestações pela morte de George Floyd no final de maio.
Em Manhattan, vários milhares de pessoas se reuniram perto do Central Park em uma manifestação chamada “Marcha pelos sonhos e vidas roubadas”.
Linda Sarsour, ativista palestino-americana, apresentou uma série de palestrantes no evento.
Constance Malcolm, cujo filho, Ramarley Graham, foi morto por um policial de Nova York em sua casa em 2012, teve que lutar contra as lágrimas antes de falar no megafone.
“Estou cansada de chorar”, disse Malcolm. “Precisamos que nossas vozes sejam ouvidas. Isso está acontecendo agora e precisamos tirar proveito.”
Ela então deu uma sugestão simples:
“Temos que votar.”
Em Washington, as manifestações tinham uma aura diferente. Fora da Praça Lafayette, perto da Casa Branca, os eventos pareciam um festival de música. Havia salgadinhos em mesas dobráveis e máscaras faciais onde se lia “Não consigo respirar”, além de camisetas do Black Lives Matter.
No entanto, nas margens do protesto, enquanto manifestantes se dirigiam ao Monumento e a outros pontos de protestos por toda a cidade, havia uma cena adequada para uma parada militar.
Toque de recolher
O prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, suspendeu neste domingo (7) o toque de recolher que vigorava desde a última segunda-feira (1º), enquanto protestos contra o racismo tomavam as ruas da cidade e de várias outras nos Estados Unidos pelo 13º dia consecutivo
Os protestos nos Estados Unidos devem continuar pelo menos até terça-feira (9), quando o corpo de Floyd será enterrado em Houston, no Texas, onde ele nasceu. Neste domingo, houve atos em cidades grandes, como Washington e Seattle, e também em pequenas, como Vidor, no Texas, e Marion, em Ohio.
“Ontem e na noite passada vimos o melhor da nossa cidade”, escreveu De Blasio, em sua conta no Twitter, anunciando o fim do toque de recolher de “efeito imediato”, referindo-se aos protestos maciços e em grande parte pacíficos ocorridos em Nova York e outras cidades no sábado. Ele também prometeu reduzir o orçamento da polícia municipal, de US$ 6 bilhões, para investir mais na área social.
O toque de recolher, que vigorou durante seis noites entre as 20h às 5h, foi adotado na cidade pela primeira vez em 75 anos e revogado um dia antes do início da retomada econômica gradual após mais de dois meses de confinamento para conter a expansão da epidemia do novo coronavírus.
Nesta semana, Nova York entrará na “fase um” do plano de reativação anunciado pelo governo do Estado, depois de ter praticamente todas as suas atividades econômicas, culturais e educacionais paralisadas por quase três meses pela pandemia, que matou mais de 21 mil pessoas apenas na cidade.