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Mundo Na França, vinho encalhado durante o confinamento será transformado em desinfetante para as mãos e álcool

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Bebida ficou ainda mais popular durante a quarentena. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Os vitivinicultores franceses irão transformar o vinho que não foi vendido durante o confinamento de dois meses pela pandemia do novo coronavírus em desinfetante para as mãos e álcool, para dar espaço à próxima colheita.

As vendas e exportações de vinho, principalmente para os Estados Unidos, despencaram no auge da crise do novo coronavírus, deixando os produtores com milhões de litros de vinho encalhados.

“33 destiladores autorizados poderão coletar e destilar o vinho”, disse Didier Josso, chefe da filial de vinhos da agência agrícola FranceAgriMer, em uma teleconferência.

O álcool resultante da destilação será reservado exclusivamente para as indústrias farmacêutica e de cosmética e para a produção de desinfetante para as mãos, bem como para a produção de etanol.

“O vinho destilado não será usado em nenhuma circunstância na fabricação de bebidas alcoólicas”, acrescentou Josso.

Cada vitivinicultor tem até 19 de junho para indicar a quantidade que deseja destilar. Em troca, eles receberão 78 euros (88 dólares) de compensação por cada hectolitro se o vinho for certificado como pertencente a uma região e 58 euros, se não.

Os fundos públicos europeus financiarão a destilação de dois milhões de hectolitros de vinho francês depois que Bruxelas deu sinal verde à medida excepcional. Especialistas estimam que três milhões de hectolitros precisam ser destilados.

Grandes países produtores de vinho, como Espanha e Itália, recorreram a medidas semelhantes para regular o excesso, bem como à destruição excepcional de vinhedos jovens.

A pandemia do novo coronavírus aumentou os problemas da indústria vinícola francesa, que já havia sofrido um revés no ano passado com a queda nas exportações para os Estados Unidos devido a tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.

Coronavírus

Recentemente, a Federação Espanhola de Enologia divulgou um documento onde afirma que o consumo de vinho poderia matar o novo coronavírus. A opinião polêmica foi expressa em um comunicado emitido pelo presidente da entidade, Santiago Jordi Martín. “A sobrevivência do coronavírus no vinho parece impossível, pois a combinação concomitante da presença de álcool, um ambiente hipotônico [um líquido em que a concentração do soluto é menor que a concentração do solvente] e a presença de polifenóis [substâncias naturais antioxidantes que se encontram em abundância nos taninos do vinho] impedem a vida e a multiplicação do próprio vírus”, defendeu.

Porém, a informação é desmentida por profissionais de saúde. Realmente existem muitos estudos demonstrando os benefícios da uva e seus derivados, inclusive o vinho, para a saúde. Porém, não especificamente para o coronavírus.

“Há um estudo publicado em 2017 que trata do efeito do resveratrol em vitro – ou seja, no laboratório. Foi um teste químico demonstrando que essa substância tem uma ação antiviral contra outras cepas desse novo vírus, como o SARs, e não contra a Covid-19. Sabe-se que compostos fenólicos têm ações antimicrobianas e antioxidantes, porém, não há nada comprovado com base no que a Federação Espanhola de Enologia tem dito”, esclarece a biomédica Caroline Dani, que também é mestre e doutora em biotecnologia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS).

A especialista ainda recorda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o álcool não previne com relação à contaminação da Covid-19. Tanto é que o álcool em excesso baixa a imunidade, porém consumir vinho (e não outras bebidas alcoólicas, como cerveja, por exemplo) de forma moderada é algo que vai, sim, trazer vários benefícios.

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https://www.osul.com.br/na-franca-vinho-encalhado-durante-o-confinamento-sera-transformado-em-desinfetante-para-as-maos-e-alcool/ Na França, vinho encalhado durante o confinamento será transformado em desinfetante para as mãos e álcool 2020-06-07
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