Armando Burd Não pode haver surpresa

O Banco Central, a 9 de setembro de 1998, anunciou aumento dos juros de 29,7 para 49,7 por cento ao ano. (Foto: Reprodução)

O orçamento de 2019, que o Executivo entregará até sexta-feira à Assembleia Legislativa, terá déficit em torno de 7 bilhões de reais. Equivale à exposição das ilusões retóricas e dos artifícios operacionais praticados por sucessivos governos ao longo de décadas.

Descrença

Em 2010, os votos brancos e nulos na eleição presidencial, somados às abstenções, foram de 25 por cento. Subiram para 27 em 2014. A projeção de especialistas é de que chegará a 38 por cento no próximo mês. Não vão influir em nada. Cabe ressaltar mais uma vez: para as escolhas, contam apenas os votos válidos.

É preciso mudar

Ontem, completaram-se 10 dias de propaganda eleitoral obrigatória em rádio e TV. Diante da fábrica de sonhos que a maioria dos candidatos constrói, fica a sensação de que o formato se esgotou irreversivelmente.

Na terra do jeitinho

O ministro Luis Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral, proibiu ontem a veiculação de propaganda com a participação do ex-presidente Lula. Também impôs multa de 800 mil reais, que antes era de 500 mil, em caso de descumprimento.

O PT conhece os meandros. Entrará com recurso para ser julgado após as eleições. Lá por maio ou junho do próximo ano, em algum projeto, será incluído e aprovado um artigo perdoando as multas de campanha.

Como será

Dezenas de conselheiros, que se espalham de Norte a Sul do País, encaminham hoje, via WhatsApp, sugestões sobre como deverá ser o tom da campanha de Jair Bolsonaro daqui para frente. Equipe de assessores vai tirar uma média e encaminhar amanhã ao Hospital Albert Einstein.

Muito estranho

Dois advogados viajaram às presas com avião particular, de Belo Horizonte a Juiz de Fora, para defender o esfaqueador de Bolsonaro. Estão sendo pagos por uma entidade privada, cujo nome não revelam.

Vai se abrir a cortina

A autorização do Judiciário para quebra do sigilo de quatro celulares e um notebook de Adélio Bispo de Oliveira cria suspense. Serão esclarecidas as dúvidas sobre o ataque.

Regra não muda

O professor Gaudêncio Torquato, que acumula milhares de horas de voo como consultor político, deu definição precisa, ontem, na entrevista ao Jornal Opção, de Goiânia: “Eleitor quer bolso cheio, barriga cheia e coração agradecido”.

Emaranhado

A Consolidação das Leis do Trabalho tem 922 artigos. Ficam justificadas as atividades de mais de 100 mil advogados trabalhistas no País.

Mais uma pressão

Está nas mãos do Supremo Tribunal Federal a decisão sobre o repasse de 47 bilhões de reais aos estados. São provenientes de inúmeras rubricas que o Ministério da Fazenda insiste em guardar numa gaveta. Com os atrasos, governadores recorreram ao Judiciário.

O que esperam?

Não existe um código nacional de incêndio capaz de adotar medidas de preservação do patrimônio histórico.

Falta a experiência

Médicos que trabalham em postos de saúde da periferia de Porto Alegre encontram-se num café ontem à tarde. O que foi dito no meio da conversa: “Todos os técnicos da área econômica deveriam fazer um estágio na área social. Iriam melhorar muito.”

A frieza dos números leva à insensibilidade.

Crise brutal

A 9 de setembro de 1998, o Banco Central anunciou aumento dos juros de 29,7 para 49,7 por cento ao ano, numa tentativa de interromper a saída de dólares. Era mais uma consequência da crise financeira internacional. Uma semana antes, a taxa tinha ido de 19 para 29,7 por cento. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda de 15,8 por cento, a maior desde 1990.

Comparando

Do jeito que anda a campanha eleitoral, o prognóstico é pior do que o diagnóstico.

Voltar Todas de Armando Burd

Notícia Anterior

Laços institucionais

Próxima notícia

As explicações que faltam