Terça-feira, 14 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2015
No primeiro mês à frente de suas pastas, os novos ministros transformaram seus gabinetes em ambientes disputados pelos parlamentares. As reuniões com deputados e senadores dominam a agenda de Marcelo Castro (Saúde), Helder Barbalho (Portos) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), o que confirmaria o caráter político de suas nomeações. A maioria absoluta dos visitantes vem do PMDB.
Começa cedo a movimentação no gabinete de Castro, o campeão de audiências. Desde que assumiu a Saúde, ele já participou de 60 encontros com deputados e dez com senadores, além de prefeitos, vereadores e secretários municipais do setor. As reuniões, até o fim da tarde, duram cerca de meia hora. Já o início das manhãs e das noites é reservado para tratar assuntos com sua equipe, em fase de composição. O tom conciliador é elogiado por ex-colegas da Câmara.
Outro bom anfitrião, Barbalho encontrou espaço entre viagens técnicas e reuniões com administradores para receber 37 parlamentares. Há dias em que a agenda do titular dos Portos é totalmente dedicada a essa finalidade, com quase dez visitas. Em meio a atendimentos a representantes de Estados como Santa Catarina, Paraná e Pará (sua base eleitoral), ele não nega a sua função de agente político do governo. “O fato de você ser um indicado político não o desobriga de entregar resultados na área que administra”, justifica o ministro com uma frase que gosta de repetir aos seus interlocutores.
A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), uma de suas visitantes mais assíduas, já foi recebida três vezes no gabinete. Presidente da Comissão de Orçamento, ela trabalha com as receitas de 2016, quando a Secretaria dos Portos receberá 13 bilhões de reais para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do setor. Em troca, a pasta enviará a verba de licitações de docas da Companhia das Docas para o caixa do Tesouro Nacional.
O gaúcho Pansera, por sua vez, ainda não teve muito tempo à frente do Ministério de Ciência e Tecnologia. Ele assumiu às vésperas de um feriado e já viajou com a comitiva presidencial até a Finlândia. Nos 11 dias em que cumpriu agenda no Brasil, recebeu ao menos oito parlamentares, mais da metade pertecentes à bancada peemedebista. (AE)