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Mundo O avanço das tropas russas na Ucrânia e as recentes incursões de drones em diversos países da Europa têm acendido um estado de alerta entre membros da União Europeia

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Um F-35 sobrevoa a Polônia. (Foto: Reprodução)

O avanço das tropas russas na Ucrânia e as recentes incursões de drones em diversos países da Europa têm acendido um estado de alerta entre membros da União Europeia (UE) e da Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA. Na última quarta-feira, a Comissão Europeia apresentou um documento chamado Roteiro de Prontidão para a Defesa 2030, que estabelece metas a serem implementadas pelos países-membros para fortalecer as capacidades de defesa europeias até 2030.

Entre elas, está a proposta de criar um “muro antidrone” no bloco. De acordo com o jornal britânico Telegraph, a estratégia seria formada por “detectores de radiofrequência, câmeras, radar e um sistema de defesa aérea capaz de desativar enxames de drones”.

O documento destaca que “provocações imprudentes e atos de guerra híbrida contra Estados-membros, desde ataques cibernéticos até violações do espaço aéreo, estão aumentando”. De maio até o início de outubro foram registrados pelo menos 13 casos na região, de incursões de drones do Mar Báltico até a Europa Central, até ataques cibernéticos que afetaram centenas de voos em Londres, Bruxelas e Berlim.

Alguns desses episódios tiveram autoria atribuída à Rússia, mas outros permanecem sem identificação. O roteiro criado pela comissão não atribui todos os incidentes aos russos, mas menciona seus altos investimentos em defesa, destacando que, em 2025, o montante destinado à segurança e à defesa foi de cerca de 40% do orçamento e ultrapassará 7% do PIB russo. Além da proteção contra Moscou, os projetos buscam assegurar mais independência aos europeus em relação aos EUA – que também não dominam os sistemas antidrone e têm diminuído apoio ao bloco desde o início do novo mandato de Donald Trump.

As medidas propostas são resultado de um diagnóstico solicitado pelo Conselho Europeu em junho. O objetivo é solucionar “lacunas críticas” na capacidade de defesa europeia, além de “acelerar os investimentos em defesa entre os Estados-membros”.

Em entrevista ao jornal O Globo, o analista do Instituto de Estudos de Segurança da UE, Giuseppe Spatafora, disse que o roteiro apresentado pela Comissão Europeia está “no caminho certo”. O plano é reconhecido pela própria comissão como “ambicioso”. Para Spatafora, a tarefa “não é fácil, mas não há alternativa”.

“Essas propostas fazem um balanço da maior vulnerabilidade, especialmente em relação a ataques (de drones) ‘baratos em massa’ que exigem respostas adequadas e rentáveis”, avalia.

Os quatro principais projetos apresentados no roteiro da comissão são a Observação do Flanco Oriental, a Iniciativa Europeia de Defesa contra Drones, o Escudo Aéreo Europeu e o Escudo Espacial Europeu.

A Iniciativa Europeia de Defesa contra Drones, que foi apelidada de “muro antidrone” pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, tem uma abordagem abrangente. O documento define o projeto como um sistema multicamadas de combate a drones para detecção, rastreio e neutralização, bem como capacidades para atingir alvos terrestres, alavancando a tecnologia de drones para ataques de precisão”. A proposta é que a iniciativa seja totalmente interoperável e interligada entre os Estados-membros.

Já a Observação do Flanco Oriental visa integrar os sistemas de defesa aérea e antidrone com os de defesa terrestre e segurança marítima nos Mares Báltico e Negro, para garantir a capacidade de defesa nas fronteiras terrestre e marítima com Rússia e Bielorrússia. O planejamento prevê que as duas medidas sejam lançadas no primeiro trimestre de 2026 e estejam totalmente funcionais até o final de 2027 e 2028, respectivamente.

Os outros pontos, o Escudo Aéreo Europeu e o Escudo Espacial Europeu, estão previstos para serem implementados em etapas posteriores e têm lançamento planejado para o segundo trimestre de 2026. O primeiro busca cobrir todo o espectro de defesa aérea e antimísseis de forma totalmente integrada com o sistema da Otan, e o outro terá foco de atuação na defesa contra a interferência e a falsificação de sinais e operações e serviços espaciais.

Spatafora acredita que todas as iniciativas funcionarão se forem bem coordenadas com a Otan, que continua sendo a aliança militar responsável pela defesa da Europa. A chanceler da UE, Kaja Kallas, garantiu que a Europa não está “dobrando” o trabalho da aliança, mas atuando de forma colaborativa, facilitando a coordenação entre os países.

Hungria deve se opor

Uma parte fundamental do programa é o “apoio e a cooperação intensificada” com a Ucrânia, cuja “experiência no campo de batalha e criatividade inovadora”, diz o documento, podem beneficiar a Europa. Além dos investimentos na indústria de defesa ucraniana, Spatafora explica que a parceria torna a estratégia rentável, “em vez de desenvolver tudo do zero”, o que ajudaria a convencer os europeus.

Há expectativa de que alguns membros se oponham a adotar as medidas – como a Hungria, que tem cada vez mais estreitado laços com a Rússia. Mas Spatafora acredita que isso não irá comprometer a eficácia do plano.

“Muitas das propostas dizem respeito a grupos de países que se unem voluntariamente. Nem todos precisam fazer parte de todas as iniciativas. Mas eu diria que a Hungria, apesar de se opor ao apoio militar à Ucrânia, não foi contra o desenvolvimento de estratégias de defesa da UE e da Otan.” As informações são do jornal O Globo.

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