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Brasil O Brasil envia grupo a Israel, de olho no “spray milagroso”

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Presidente Jair Bolsonaro com o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Pressionado pela explosão dos casos de coronavírus e pela falta de vacinas, o presidente Jair Bolsonaro decidiu mandar uma comitiva a Israel, para conhecer o Exo-CD24, um spray nasal para tratamento da doença. A investida para trazer ao País o “spray milagroso”, testado até agora em apenas 30 pacientes, foi vista com ressalvas pela área técnica do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O governo demonstra interesse em participar do desenvolvimento do produto, o que deve exigir aporte de recursos na pesquisa. Gestores da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica afirmaram que podem colaborar com os estudos, mas pediram prioridade ao financiamento de projetos nacionais que precisam de verba.

“Informo que a RedeVírus MCTI possui vários projetos de desenvolvimento de medicamentos e vacinas que carecem de financiamento para a realização dos estudos clínicos e, sendo assim, caso haja disponibilidade financeira deste MCTI, entendemos que os projetos nacionais devem ser priorizados”, destaca um documento do ministério, assinado em 24 de fevereir.

A comitiva do governo tem dez pessoas e é liderada pelo chanceler Ernesto Araújo. Segundo Bolsonaro, a ideia é assinar um acordo para que o Brasil participe da última etapa (fase 3) de desenvolvimento do spray. Na primeira fase de testes, cientistas israelenses disseram que 29 dos 30 pacientes com casos moderados a graves de coronavírus, tratados com o spray, tiveram uma recuperação completa em cinco dias. O estudo, porém, ainda não comparou a droga a um placebo.

A manifestação dos técnicos do MCTI foi feita dias após uma reunião do ministro Marcos Pontes com o embaixador de Israel, Yossi Shelley, que tratou do assunto. No encontro, em 18 de fevereiro, Pontes demonstrou interesse em integrar a pesquisa e citou a RedeVírus. Trata-se de um comitê de especialistas formado pelo governo para tratar de pesquisas sobre o coronavírus. O grupo tem lançado editais para financiar projetos.

Questionados sobre a possibilidade de incluir grupos da RedeVírus em estudos do Exo-CD24, os técnicos do ministério disseram que não poderiam ainda “emitir manifestação”, pois não receberam “dado técnico ou publicação científica relacionada ao tema”. Os mesmos gestores afirmaram que “não há disponibilidade financeira” para participar do estudo, que virou aposta de Bolsonaro. “Desta maneira, o projeto poderia ser realizado apenas com financiamento israelense”, sugeriram os técnicos.

O governo liberou mais de R$ 1 bilhão para fomentar projetos acompanhados pela RedeVírus. Um deles é sobre o soro anticovid, do Instituto Vital Brazil, da UFRJ, e da Fiocruz, cuja autorização de análise foi solicitada à Anvisa.

Bolsonaro tem boicotado medidas que mostram resultado contra o vírus. E, apesar de dizer que o Brasil não tem de ir atrás de produtores de vacina, decidiu ir atrás do spray nasal. “O que é esse spray? Não sei”, disse ele. “Parece que é um produto milagroso, parece. Nós vamos atrás disso. Como é para ser usado em quem está hospitalizado, quem está em UTI, eu acho que não tem problema nenhum em usar esse spray no nariz do cara “

No dia 12 de fevereiro, o presidente anunciou pelo Twitter que havia conversado com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a participação do Brasil nos estudos do spray. Seis dias mais tarde, a Embaixada do Brasil em Israel teve contato com desenvolvedores do produto, o CEO do Sourasky Medical Center, Ronni Gamzu, e o professor Nadir Arber.

De acordo com registro da reunião, “é possível que o Brasil seja convidado a fazer contribuição financeira ao projeto, para o custeio da pesquisa e produção da substância”. Procurados, o Planalto, a Saúde e o Itamaraty não informaram quanto o governo está disposto a gastar no estudo nem quando esperam que o produto chegue ao Brasil.

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https://www.osul.com.br/o-brasil-envia-grupo-a-israel-de-olho-no-spray-milagroso/ O Brasil envia grupo a Israel, de olho no “spray milagroso” 2021-03-06
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