Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2021
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, foi eleito o banqueiro central do ano pela revista britânica “The Banker”, a mais prestigiosa publicação do mundo sobre o setor bancário, editada pelo “Financial Times”.
De acordo com a revista, poucos países foram mais afetados pela covid-19 que o Brasil, e ainda assim o país teve em 2020 uma retração econômica menor que a inicialmente projetada. Para a publicação, muito desse cenário “mais esperançoso” se deve à atuação do Banco Central.
A autoridade monetária foi bem-sucedida nas medidas de liquidez e nos programas de incentivo ao crédito que adotou, além de ter promovido sua agenda de reformas, como a introdução do Pix e os preparativos do open banking, destacou a “The Banker”.
O BC registrou volumes “saudáveis” de crédito para empresas de todos os portes, segundo a revista. “As medidas de apoio ao crédito e à liquidez ajudaram a economia brasileira a se recuperar”, afirmou Campos para a publicação.
“Nosso objetivo é tornar o sistema financeiro mais eficiente e moderno e promover a democratização dos serviços financeiros”, afirmou Campos.
O presidente do Banco Central brasileiro, no entanto, terá desafios pela frente.
Em 2020, a autoridade monetária reduziu a taxa de juros para 2% ao ano e foi questionado por alguns economistas e gestores por flertar com uma alta da inflação.
“Para mim, a pior coisa do mundo seria jogar pôquer com o Roberto Campos Neto”, disse Luis Stuhlberger, fundador da Verde Asset, para quem a inflação subirá neste ano mais do que o mercado imagina e o BC terá de elevar a Selic (taxa básica de juros) mais rápido e de forma mais intensa que o projetado.
O IPCA acumulou alta de 4,31% em 12 meses até novembro, de acordo com o IBGE. A meta de inflação para o ano passado era de 4%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para este ano, o centro da meta é de 3,75%.
Além de banqueiro central do ano, Campos foi o vencedor das Américas. Chea Chanto, do Camboja, foi o escolhido pela revista para a regional Ásia-Pacífico. Stefan Ingves, da Suécia, Ahmed Al-Kholifey, da Arábia Saudita, e John Rwangombwa, de Ruanda, foram os melhores banqueiros centrais das regionais da Europa, do Oriente Médio e da África.