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Por Redação O Sul | 30 de maio de 2019
Em uma convenção com várias indiretas ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (30), o DEM evitou dar apoio formal ao governo, comprometendo-se apenas com a agenda de reformas econômicas defendidas pelo Palácio do Planalto.
Na titularidade das pastas da Casa Civil, da Saúde e da Agricultura e nas presidências da Câmara e do Senado, alcançadas com o apoio do governo, o partido tem sido alvo de críticas de correligionários e apoiadores de Bolsonaro, que cobram uma declaração explícita de adesão.
De dentro do DEM, as cobranças foram vocalizadas pelo ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado. “O presidente da República precisa do apoio do Democratas. Não é apoio ao presidente, é apoio ao País. Eu peço: vamos assumir o governo para sairmos da crise e mostrarmos que temos como ajudar a população brasileira”, disse Caiado.
Onyx foi além e especulou sobre a volta de Bolsonaro ao DEM. O presidente integrou os quadros do PFL (antigo nome do Democratas) em 2005, mas, no mesmo ano, migrou para o PP. “Nós vencemos e hoje temos a Presidência. Um ex-filiado do PFL, um ex-filiado do Democratas e que olha para o nosso partido com imenso respeito e, por que não dizer, com o olho de, quem sabe, gostaria de voltar para casa”, disse o ministro em seu discurso.
Antes do início da convenção, o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, disse que o propósito do ato não era definir apoio ao governo. “Temos compromisso com a agenda do País, independentemente de compor uma base formal”, disse. Indagado sobre as críticas dos aliados de Bolsonaro, ACM Neto afirmou que não cairia em provocações.
“Não acho que é o momento de alimentar esse tipo de polêmica ou discussão. Honestamente, quem tem preocupação com o andamento da agenda do País deve somar esforços, e não utilizar redes sociais ou mesmo o plenário da Câmara ou do Senado para provocações”, disse o prefeito de Salvador.
“Não digo que essa seja uma questão do governo, mas alguns aliados do governo perdem tempo com fogo amigo. Poderiam estar somando esforços e concentrando energia no que é importante, que é o avanço dessas reformas, principalmente na Câmara dos Deputados, com relação à reforma da Previdência”, afirmou ACM Neto.
Depois, em discurso, o presidente do DEM defendeu a democracia e o respeito às instituições, em especial ao Congresso, alvo constante de ataques de Bolsonaro e de seus seguidores na política e nas ruas. “Prego a convivência e o respeito com a diferença. Não é porque o outro não pensa igual a mim que eu tenho que demonizar o outro, condenar o outro”, afirmou.