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Tecnologia “O Facebook sabia do esquema há três anos”, disse especialista

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Uma pesquisa realizada em 23 países, incluindo o Brasil, mostrou que quase 60% dos entrevistados brasileiros sentiam que a tecnologia estava ameaçando o futuro da privacidade. (Foto: Reprodução)

Diretor de políticas da Web Foundation, Craig Fagan, afirma que o problema do escândalo recente do Facebook é que a empresa sabia do esquema há três anos, mas não informou nem autoridades nem as 50 milhões de vítimas. Na sua avaliação, “a falta de informação é sinal que o Facebook não estava consciente do papel que exerce enquanto empresa”.

Mais do que apenas um problema restrito à Cambridge Analytica, Fagan alerta para risco de uso de informações pessoais do Facebook por outras empresas. “Daqui a pouco vamos descobrir que outra empresa está usando a plataforma do Facebook para colher informações pessoais dos usuários, usando-as para diferentes finalidades.”

“O Facebook sabia do esquema há três anos. Eles sabiam que dados dos usuários foram passados por um acadêmico para esta empresa que faz campanhas políticas com análises psicológicas usando informações pessoais dos internautas, mas não informaram as autoridades, nem as 50 milhões de vítimas. Além disso, as pessoas que fizeram o download do programinha do pesquisador não sabiam que informações dos contatos foram repassadas para a Cambridge Analytica. Essa falta de informação é sinal que o Facebook não estava consciente do papel que exerce enquanto empresa”, disse

Para Fagan, a responsabilidade é de todos. “Acho que a responsabilidade é de todos. Realmente, é o Facebook que tem os seus termos de uso e suas práticas para identificar violações, o que é normal. Mas é óbvio, para mim, que havia uma falha na política deles para controlar o uso dos dados da plataforma para fazer pesquisas. Não é dizer que o Facebook não deva abrir espaço para os cientistas, mas é preciso regras e controle”, disse. E continuou: “Por outro lado, sobre o pesquisador Aleksandr Kogan, da Universidade Cambridge, a gente precisa saber melhor qual foi a sua proposta original. Até o momento, ele está dizendo que estava respeitando as políticas do Facebook, mas é preciso aprofundar as investigações”. “Da última parte, a Cambridge Analytica. Parece que ela se aproveitou incorretamente dos dados, mas até que o caso ganhe transparência a gente não pode dizer quem é o maior culpado. O que podemos afirmar é que cada parte teve sua parcela de responsabilidade”, concluiu.

O internauta e os dados pessoais

Uma pesquisa realizada em 23 países, incluindo o Brasil, mostrou que quase 60% dos entrevistados brasileiros sentiam que a tecnologia estava ameaçando o futuro da privacidade. Mais que isso, um em cada dois pesquisados não quer que suas informações, como localização, compras e buscas na internet, sejam automaticamente coletadas. “Então, acho que para termos confiança nessa plataformas no espaço digital a mudança é necessária. Esse modelo que conhecemos não está funcionando.”

Na União Europeia duas leis estão sendo debatidas. Em maio, uma lei de proteção de dados dará aos cidadãos dos países europeus o direito de controlar as suas informações, que poderão ser excluídas ou transferidas dos servidores das empresas. Uma outra diretriz pretende melhorar a privacidade, a chamada lei de cookies. A ideia é que os sites terão que alertar sobre o uso de cookies, ou seja, os dados não poderão ser coletados automaticamente. São duas mudanças para melhorar a privacidade digital dos internautas.

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