Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2018
O governo estuda recompensar com R$ 100 mil quem der a informação que permita prender os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
O Palácio do Planalto já deu sinal verde para o recurso.
A atual legislação permite a possibilidade de recompensar pessoas que oferecerem informações úteis para a prevenção, repressão de crimes ou atos ilícitos administrativos. Inclusive, através do pagamento de valores em espécie.
Até o momento, já chegaram informações importantes para a investigação do caso Marielle por meio do Disque-Denúncia.
A determinação no núcleo do governo é que o caso tenha uma solução o mais rápido possível devido à grande repercussão.
Depoimentos
A assessora da vereadora do Rio Marielle Franco que sobreviveu ao ataque no qual a parlamentar foi assassinada deve ser ouvida novamente nesta terça-feira (20) pela polícia. O deputado estadual Marcelo Freixo também esteve na delegacia no fim da manhã para acompanhar a arquiteta Monica Tereza Benício, companheira de Marielle.
O objetivo, nesta fase da investigação, é ouvir pessoas mais ligadas à vereadora para tentar descobrir possíveis motivações para o crime, que também resultou na morte do motorista Anderson Gomes.
A assessora da vereadora estava ao lado de Marielle na hora do ataque. Já Freixo trabalhou por muitos anos com Marielle. Ela o auxiliava na Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) antes de ser eleita vereadora.
A Polícia Civil também vai analisar o uso de celulares nos momentos que antecederam o crime. Existem 26 antenas de celulares de cinco operadoras de telefonia na região onde a vereadora e o motorista foram executados. As operadoras enviaram os dados para a polícia. As câmeras da região não gravaram o momento dos tiros.
Os investigadores também descobriram que, no último dia 1° de março, a vereadora Marielle Franco exonerou seis servidores do seu gabinete na Câmara Municipal. Desses, três foram recontratados. As exonerações foram publicadas no Diário Oficial da Câmara na quarta-feira (14), dia em que a vereadora foi assassinada.
Quem tiver informações sobre a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes deve ligar para o Disque-denúncia: (21) 2253-1177. Pode também mandar mensagem pelo Whatsapp: 98949-6099. O anonimato é garantido.
Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30 da quarta-feira (14) da semana passada. A assessora de Marielle foi atingida por estilhaços. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução.
A vereadora tinha 38 anos e se apresentava como “cria da Maré”. Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela UFF (Universidade Federal Fluminense), teve dissertação de mestrado com o tema “UPP: a redução da favela a três letras”. Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Ceasm (Centro de Ações Solidárias da Maré). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), ao lado de Marcelo Freixo.