Quarta-feira, 09 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 26 de junho de 2020
O governo do Rio Grande do Sul pretende ampliar em 104% a estrutura da rede pública hospitalar de UTIs (Unidade para atendimento no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), chegando assim a um total de 1.909 leitos. Até o momento, o incremento foi de quase 70% – no início de março havia 933 e hoje são quase 1,6 mil habilitados e disponíveis, contabilizam o Palácio Piratini.
Em 14 de maio, pouco tempo após a implementação do sistema de distanciamento controlado, o Estado tinha 973 leitos à disposição. Apenas três dias depois, o governo gaúcho anunciou uma ampliação de 270 leitos e, em 5 de junho, mais 314. O total chegou então a 1.557.
A SES (Secretaria Estadual da Saúde) ainda aguarda a habilitação de 33 leitos por parte do Ministério da Saúde, a partir de um pedido encaminhado no dia 15 de junho. Quando isso ocorrer, o Estado terá 1.590 leitos de UTI adulto para atendimento no SUS.
Nesta quarta-feira (24/6), a pasta solicitou habilitação de mais 21 leitos, totalizando 54 pedidos em junho. Para julho, há previsão de encaminhamento de habilitação de mais 298. Se esses processos se confirmarem, o Rio Grande do Sul terá 1.909 leitos, um incremento de 104,6% na rede hospitalar.
“Fomos habilitando e ampliando a estrutura de leitos ao longo desse período”, resumiu o governador Eduardo Leite durante uma de suas transmissões ao vivo pelas redes sociais nesta semana.
Acompanhado da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, ele alertou que somente a habilitação dos leitos não é garantia de atendimento, pois é preciso que haja equipe técnica, estrutura dos hospitais e medicações para sedação de pacientes.
A SES também pediu mais 125 respiradores para hospitais que já têm equipamentos, estrutura adequada e possibilidade concreta de equipes multiprofissionais para a instalação dos aparelhos. “Além de médicos e enfermeiros, uma UTI precisa de retaguarda maior”, explicou Arita.
Parceria com o Uruguai
Já na “live” desta sexta-feira, uma das pautas principais foram as tratativas para um acordo entre Brasil e Uruguai para enfrentamento da pandemia de coronavírus. As ações previstas fazem parte do plano sanitário e epidemiológico na área de abrangência da fronteira entre os municípios fronteiriços de Santana do Livramento e Rivera, apresentado pela SES.
Essa foi a segunda reunião extraordinária on-line do subcomitê de cooperação de saúde entre os dois países. Entre as ações apontadas no encontro está a ampliação dos testes de diagnóstico da Covid-19 na região, com a realização de exames do tipo RT-PCR com apoio do Instituto Pasteur do Uruguai.
O diretor de Auditoria da SES, Bruno Naundorf, frisou esse acordo permite ações conjuntas com a possibilidade de compartilhamento das informações e da situação epidemiológica nos dois lados da fronteira.
Medidas do modelo de distanciamento controlado estabelecido no Rio Grande do Sul serão adotadas pelos dois países, além das portarias que a SES publicou contendo protocolos de prevenção pelos estabelecimentos comerciais.
Outro ponto importante será a padronização da forma de encaminhamento dos casos suspeitos e confirmados. “A confirmação deverá ser feita mediante avaliação médica, por exames laboratoriais e, principalmente, com a comunicação desses casos às autoridades de saúde locais”, complementou Naundorf.
A conversa contou com a participação de embaixadores, epidemiologistas e autoridades locais dos dois países e também da secretária da Saúde, Arita Bergmann, e da secretária extraordinária de Relações Federativas e Internacionais, Ana Mélia Lemos, ambas integrantes da delegação brasileira. Pela delegação uruguaia, participaram o ministro Daniel Salinas e a diretora de coordenação do Ministério da Saúde Pública, Karina Rando.
(Marcello Campos)
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