Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2019
Muitos se perguntam onde está o presidente da AN (Assembleia Nacional) da Venezuela, Juan Guaidó, que na última quarta-feira (23) se declarou “presidente encarregado” do país diante de uma multidão em Caracas. Já reconhecido por 17 países e pela OEA (Organização de Estados Americanos), Guaidó está, segundo disseram fontes de sua equipe, “articulando seu governo e tomando decisões importantes, entre elas a nomeação de embaixadores em três países cruciais para sua estratégia: Brasil, Estados Unidos e Colômbia”.
Depois de ter designado um representante na OEA, o “presidente encarregado” da Venezuela está negociando com sua aliança de partidos os nomes para representar o governo opositor em Brasília, Washington e Bogotá. Não se trata, segundo as fontes, de uma decisão simples, ja que deve ser discutida com todos os partidos que integram a aliança que sustenta a presidência de Guaidó.
“Por que Brasil, EUA e Colômbia? Porque são os países onde mais precisamos estar atuando em parceria com seus governos na questão fundamental de abrir um canal humanitário para os venezuelanos”, disse uma das fontes.
Os três países já ofereceram ajuda humanitária a Guaidó e sua equipe e a escolha dos três embaixadores é importante para iniciar a implementação de um aspecto central da estratégia opositora. Em sua cruzada por conseguir respaldo dentro das Forças Armadas, a ativação de um canal humanitário ajudará a sensibilizar os militares, pensam os assessores do presidente interino.
No caso de Brasil e Colômbia, existe uma ampla fronteira compartilhada com a Venezuela, onde se poderia ser aplicado o canal de ajuda humanitária.
Não está claro, ainda, onde trabalhariam fisicamente os embaixadores paralelos, tendo em vista que Brasil e Colômbia não romperam relações com a Venezuela de Maduro e mantêm sua representação diplomática em Brasília e Bogotá. A situação está sendo analisada por Guaidó e seus assessores.
No Itamaraty, há incerteza sobre a segurança dos diplomatas brasileiros em Caracas. Entende-se que a presidência interina de Guaidó não tem como oferecer segurança aos funcionários brasileiros, que podem ficar expostos a eventuais ataques de grupos paramilitares. Há o entendimento de que o tratamento que receberão dependerá do que for oferecido aos diplomatas representantes do governo de Maduro, e vice-versa. A possibilidade de que representantes do chavista em Brasília desertem também é cogitada.