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| O Ministério Público denuncia ex-presidente do Internacional por estelionato e lavagem de dinheiro

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Flávio Duarte, Fabiano Dallazen e Marcelo Dornelles durante a coletiva de imprensa. (Foto: PG Alves/MPRS)

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (6), o MP-RS (Ministério Público do RS) apresentou detalhes da segunda fase da operação que investiga a ocorrência dos crimes de estelionato, organização criminosa, falsidade documental e lavagem de dinheiro durante a gestão 2015/2016 do Inter, liderada à época pelo presidente Vitório Piffero.

Denominada Operação Rebote, a investigação é considerada “a maior operação do Brasil, no que diz respeito futebol, pela quantidade de informações a fatos apurados.”

Conforme, o sub-procurador-geral do MP, Marcelo Dornelles, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, Flávio Duarte e o procurador-geral do MP, Fabiano Dallazen, depois do material analisado durante dois anos, serão apresentadas duas denúncias criminais à Justiça. A primeira delas se refere ao núcleo de Finanças e Patrimônio e a segunda ao núcleo Futebol. As investigações apontam desvios superiores a R$ 13 milhões. O Clube poderá cobrar o ressarcimento.

Toda a documentação também será encaminhada a FIFA e a CBF, para que os empresários e dirigentes sejam apurados as condutas. Inclusive em associações de classe, que neste caso, envolve nomes de engenheiros envolvidos nas fraudes.

Denúncias

De acordo com o detalhamento do MP, a primeira denúncia aponta os crimes de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade documental relacionados a obras não realizadas. Conforme as investigações, entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2016, em 200 oportunidades, os denunciados Vitorio Carlos Costi Piffero, Pedro Antonio Affatato, Emídio Marques Ferreira, Carlos Eduardo Marques (todos dirigentes do Internacional), Ricardo Bohrer Simões e Adão Silmar de Fraga Feijó (empresários da construção civil e contabilidade), obtiveram para si a quantia de R$ 12,8 milhões, em prejuízo do clube, após induzirem em erro funcionários da administração do clube e atestarem obras que não ocorreram. Para tanto, utilizaram artifícios administrativos e contábeis, entre eles a apresentação de notas fiscais e documentos fraudulentos.

As fraudes ocorreram em dois momentos. Entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, o vice de Finanças, Pedro Antonio Affatato, autorizado pelo presidente Vitório Piffero e em concordância com os demais denunciados, fez 145 saques diretamente da tesouraria do clube, de forma direta e pessoal, no valor total de R$ 9,6 milhões. A alegação era que os valores seriam utilizados para o pagamento de obras e prestações de serviços da alçada da Vice-Presidência de Patrimônio, administrada por Emídio Marques Ferreira.

Lavagem de dinheiro

Pedro Affatato ocultou, pelo menos, R$ 3,3 milhões, ao realizar depósitos para a Sinalizadora Rodoviária Ltda – Sinarodo, da qual era sócio-administrador, juntamente com os denunciados Paola Affatato Leitão dos Santos e Arturo Affatato (seus irmãos). Os depósitos ingressaram como “entradas” provenientes da empresa Rodoseg Segurança e Engenharia Rodoviária Ltda. ou como empréstimos. Pedro Affatato, Pedro Antonio Affatato, Ricardo Bohrer Simões e Adão Silmar de Fraga Feijó também lavaram outros R$ 2,4 milhões, desta vez com esquema diferente. Primeiro, os valores foram destinados às contas das empresas Pier Serviços Eireli, Egel Empresa Gaúcha de Estradas – Ltda., Feijó e Giraudo Ltda. (Conserte Certo), Incorporadora Parthenon Eireli e Engenan Empreendimentos Ltda. Em seguida, foram realizados pelo menos 49 saques dessas contas e, posteriormente, Ricardo Bohrer Simões entregou parte dos valores sacados em espécie para Pedro Antonio Affatato, em locais combinados de maneira prévia.

Emídio Marques Ferreira desviou R$ 53,4 mil para sua conta pessoal, bem como para a de sua empresa, a Pavitec do Brasil Pavimentadora Técnica Ltda, a partir de direcionamentos de pagamentos realizados para as empresas Egel Empresa Gaúcha de Estradas Eireli e Engenan Empreendimentos Ltda., administradas pelos denunciados Ricardo Bohrer Simões e Adão Silmar de Fraga Feijó. Também foi efetivada uma triangulação de operações bancárias com a empresa Pier Serviços Eireli, com a participação de Simões e Feijó.

Desvio em contratações

A segunda denúncia é contra o então vice de Futebol, Carlos Capparelli Pellegrini, o técnico Paulo Cezar Magalhães, os empresários Rogério Luiz Braun, Giuliano Pacheco Bertolucci, Fernando Luis Otto e Carlos Alberto de Oliveira Fedato. Pellegrini obteve mais de R$ 230 mil como comissões para efetivar a contratação dos jogadores Paulo Magalhães (sobrinho do técnico denunciado), Cláudio Winck, Alisson Becker, Ariel Gerardo Nahuelpan Osten e Réver.

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