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Brasil O ministro do Meio Ambiente comemorou os dados sobre a redução de queimadas em setembro

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Há dois meses, ministro do Meio Ambiente disse que números do Inpe sobre desmate não refletiam a realidade. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Dois meses depois de fazer críticas aos dados coletados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre a Amazônia, o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) usou números do mesmo instituto para elogiar sua gestão em rede social.

Nesta quarta-feira (2), Salles comemorou o menor número de queimadas no país para o mês de setembro desde 2013. A fonte dos dados é o Inpe, conforme creditado pelo site Poder360, usado pelo ministro em sua publicação.

O ministro publicou: “Menor número de queimadas para o mês de setembro desde 2013”, junto com um gráfico do site Poder360. Em setembro deste ano, houve 19,9 mil focos de incêndio. Em 2013, no mesmo mês, foram 16,7 mil.

O recorte de setembro feito por Salles, porém, desconsidera o acumulado nos nove primeiros meses do ano. Considerando o histórico dos últimos dez anos, 2019 é o terceiro pior ano no período de janeiro a setembro, segundo os dados do Inpe.

Com 66,7 mil focos de incêndios, o período só ficou abaixo de 2010 (102 mil registros) e de 2017 (70,8 mil). Na comparação com o ano passado, quando foram registrados 46,9 mil focos no mesmo período janeiro-setembro, o ano de 2019 teve um aumento de 42% de focos de incêndio até agora.

O Inpe foi criticado por diferentes membros do governo Bolsonaro. No final de julho, Salles disse que os números do Inpe sobre desmatamento não refletiam a realidade e, no começo de agosto, afirmou que o governo contrataria um novo sistema de monitoramento por satélite.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a dizer que o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, agia “a serviço de alguma ONG”, o que culminou na destituição de Galvão do cargo.

Já o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse em uma reunião fechada com investidores e empresários em Washington, em setembro, que os satélites usados pelo Inpe não conseguiam distinguir “grandes incêndios” de “fogueiras de acampamento”.

Dois fatores podem ter contribuído para a redução de queimadas em setembro: uma operação federal de repressão aos incêndios na Amazônia e o decreto presidencial de 29 de agosto que criou uma moratória de queimadas por dois meses. Ambos ocorreram depois da grande repercussão internacional sobre as queimadas na Amazônia.

A Operação Verde Brasil, desencadeada pelo governo com apoio das Forças Armadas, começou em 23 de agosto, um dia depois de o presidente da França, Emmanuel Macron, ter publicado: “Nossa casa está pegando fogo. Literalmente. A floresta amazônica — os pulmões que produzem 20% do oxigênio do nosso planeta— está em chamas”.

Bolsonaro desqualificou a denúncia de Macron, mas convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto, que decidiu dar início à Operação Verde Brasil. Já a moratória foi decretada em 29 de agosto.

Em agosto, foram registrados 30 mil focos em todo o país. O número caiu para 19,9 mil em setembro.

A queda, porém, não foi uniforme no território nacional. “A moratória do fogo é bem efetiva. No cerrado e no Pantanal, que acabaram ficando fora da moratória, o fogo aumentou”, disse o engenheiro florestal Tasso Azevedo, ex-diretor do Serviço Florestal Brasileiro e coordenador do MapBiomas (Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil).

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