Quinta-feira, 24 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de março de 2020
A Itália registrou 368 novas mortes relacionadas com o novo coronavírus em 24 horas, o que eleva o número de vítimas fatais a 1.809 no país, o mais afetado da Europa, segundo um balanço divulgado no domingo (15) pela Proteção Civil.
Como no sábado (14), o número de infectados também aumentou, com 3.590 novos casos em 24 horas, quase 100 a mais que o aumento do dia anterior, elevando o total a quase 25.000. A região de Milão, na Lombardia (norte), continua sendo a mais afetada, com 1.218 mortos e 13.272 casos.
O chefe do instituto nacional de saúde da Itália, Silvio Brusaferro, disse que não se sabe se a Itália está atingindo seu pico e pode começar a ver o número de novos casos diminuir.
A Europa tenta estabelecer medidas de proteção ante o avanço da pandemia do novo coronavírus, que já causou 2 mil mortes no continente. O vírus começa a derrubar o princípio de uma União Europeia quase sem fronteiras: as autoridades da Alemanha decidiram fechar a partir de segunda-feira (16) as fronteiras do país com a França, Suíça e Áustria. Paris também anunciou um reforço nos controles da fronteira com a Alemanha, mas sem o fechamento parcial como decidiu o governo do país vizinho.
A pandemia superou a barreira de 6 mil mortes e 160 mil infectados em todo o mundo, segundo contagem de agências internacionais. Mas, apesar dos temores, os franceses comparecem neste domingo às urnas para eleições municipais. A participação era visivelmente baixa às 17h (13h em Brasília): 38,77% contra 54,72% no primeiro turno em 2014, data das últimas municipais. A votação foi ofuscada pelo coronavírus, que já infectou 4.499 pessoas e deixou 91 mortos no país.
A Espanha – segundo país mais afetado da Europa, atrás da Itália – registra 288 mortes, 100 a mais que no sábado, e 7.753 infectados, 2 mil pessoas a mais que na véspera. O primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, anunciou no sábado à noite sérias restrições aos 46 milhões de habitantes, que só poderão sair de suas casas para comprar alimentos ou remédios, comparecer a centros médicos, para seguir até o trabalho ou para cuidar de pessoas dependentes (crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais).
Lombardia
Com 11.685 de casos positivos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2), o que representa 55% do número total contabilizado na Itália, a região da Lombardia, no norte do país, tem sido motivo de preocupação para o governo italiano, principalmente porque a quantidade de contaminações e mortes não para de crescer. “Intubamos em terapia intensiva mais de sete pessoas por dia e trabalhamos incansavelmente, com uma média de uma folga a cada 14 dias”, explicou à ANSA Ivano Riva, anestesista do Hospital Giovanni XXIII em Bergamo.
Segundo o especialista que atua na cidade ao nordeste de Milão, “se a tendência da epidemia de Covid-19 continuar nesse ritmo, Bergamo aguentará pouquíssimo”. . O ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, por sua vez, também informou que “a exportação de máscaras e trajes da Alemanha e da França foi desbloqueada”. Para lidar com a emergência, a Consip, a central de aquisições de bens e serviços do governo italiano, já encomendou 3.800 ventiladores pulmonares, sendo que 300 adicionais foram disponibilizados para entrega imediata, e contratou mais de 30 milhões de máscaras cirúrgicas, mais de 7 milhões de luvas, mais de 13 milhões de macacões, sapatos, fones de ouvido e mais de 260 kits de diagnóstico correspondentes a mais de 67 mil testes.