Terça-feira, 19 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 21 de março de 2021
O preço médio do óleo diesel nos postos de combustíveis do Brasil voltou a subir, após estabilidade na semana passada que havia interrompido uma sequência de seis semanas de aumentos, mostraram dados da ANP, que também indicaram elevação na gasolina e do etanol.
Segundo o órgão regulador, o valor médio do diesel – combustível mais utilizado no Brasil – atingiu 4,274 reais por litro nas bombas, alta semanal de 1%.
A volta da tendência de alta vem em momento em que os preços dos combustíveis têm se mantido no centro de atenções no país, especialmente após a ameaça de uma greve de caminhoneiros no início de fevereiro e críticas do presidente Jair Bolsonaro a reajustes da Petrobras.
O descontentamento com os preços levou Bolsonaro anunciar, em 19 de fevereiro, alteração no comando da petroleira estatal, com a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para o lugar do atual CEO Roberto Castello Branco – a substituição aguarda trâmites internos para ser efetivada.
O presidente também zerou temporariamente a incidência de PIS e Cofins sobre o diesel, em tentativa de frear os aumentos. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) também registrou alta na gasolina, que avançou 1,8% na semana, ou 10 centavos, para média de 5,592 reais o litro.
O combustível engatou a 13ª semana seguida de aumento nos postos, de acordo com números da reguladora. Já o etanol, concorrente da gasolina nas bombas, subiu 1,5%, para média de 4,184 reais por litro, em período marcado pela entressafra da cana-de-açúcar.
No sábado (20) entrou uma redução de cerca de 5% no preço da gasolina em suas refinarias, a primeira de 2021. O diesel não terá mudanças. O movimento acompanhou em parte a queda do petróleo no mercado internacional e recuo na cotação do dólar ante o real.
Com o novo reajuste, o valor da gasolina nas refinarias da estatal acumula agora alta de 46% em 2021, enquanto o diesel subiu mais de 40% no período. Os valores nos postos, no entanto, não acompanham necessariamente os reajustes nas refinarias e dependem de uma série de questões, incluindo margem de distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.
Caminhões
A frota de caminhões, que sempre foi mais velha que a de automóveis, atingiu em 2020 idade média de 11,7 anos, voltando aos níveis de 15 anos atrás. O segmento teve sequência de 16 anos de rejuvenescimento e chegou aos 9,7 anos em 2013. Após a crise de 2014, a idade média só aumentou.
O presidente da Bright Consulting, Paulo Cardamone, reforça que veículos antigos, sem boa manutenção, aumentam o número de acidentes e de mortes principalmente nas estradas. Com isso, gastos do governo nas áreas de saúde e infraestrutura são maiores.
Há pelo menos 17 anos o setor de transporte discute com o governo federal um programa de renovação da frota, que começaria pelos caminhões. A ideia era subsidiar a troca de veículos antigos por mais novos. Agora vai. Na semana passada, em eventos online em que participou para debater o futuro da indústria automobilística, Margarete Gandini, responsável por temas relacionados ao setor na Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, disse que “acho que agora vai”.
Ela informou que no fim do ano deve ser lançado um programa piloto para renovação dos caminhões com mais de 30 anos. Há 15,5 mil veículos nessa faixa. Margarete adiantou que não será um programa baseado em subsídios, mas em “princípios de mercado”, o que foi entendido pelo setor como facilidades em obter crédito.