Sábado, 11 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2018
Um dia depois de o ditador Nicolás Maduro vencer uma eleição amplamente contestada na Venezuela, o presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (21) novas sanções contra o país, que proíbem a compra ou venda de ativos que pertençam ao governo venezuelano nos EUA.
A medida afeta qualquer ativo do país, inclusive do Banco Central da Venezuela e da petroleira PDVSA, que é estatal.
É mais uma medida dos EUA para pressionar economicamente o regime de Maduro, cuja reeleição foi qualificada por Washington como “fraudulenta” e “um ataque à ordem constitucional”.
“Até que o regime de Maduro restaure a democracia na Venezuela, o governo enfrentará o isolamento da comunidade internacional”, afirmou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Com a ordem assinada nesta segunda, ficam proibidas compras, vendas, transferências e garantias de qualquer ativo em que o governo da Venezuela tenha pelo menos 50% de posse, bem como de títulos de dívida pública e débitos devidos ao país.
O governo americano justificou a medida afirmando que o regime de Maduro “atenta contra a ordem democrática ao realizar eleições antecipadas que não são livres nem justas”.
Segundo a Casa Branca, funcionários do governo venezuelano vinham liquidando ativos públicos para embolsar parte dos valores em propina.
Autoridades da administração Trump também alertaram que nenhuma operação financeira que busque patrocinar o regime da Venezuela será permitida nos EUA.
Sanções ao Irã
Os EUA aumentarão a pressão financeira sobre o Irã com as “sanções mais fortes da história”, anunciou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, nesta segunda (21), uma semana depois que Washington abandonou o acordo nuclear de 2015 com Teerã.
“Aplicaremos uma pressão financeira sem precedentes sobre o regime iraniano. Os líderes em Teerã não terão dúvida sobre nossa seriedade”, disse Pompeo, em seu primeiro grande discurso sobre política externa desde que deixou a direção da CIA para liderar o Departamento de Estado.
“O ferrão das sanções se tornará mais doloroso apenas se o regime não mudar o rumo do caminho inaceitável e improdutivo que escolheu para si mesmo e para o povo iraniano”, acrescentou, em conferência no think tank conservador Heritage Foundation.
“O Irã não terá nunca mais carta branca para dominar o Oriente Médio”, disse ele, ao descrever a nova estratégia americana em relação ao regime islâmico, que inclui 12 duras condições de Washington para qualquer “novo acordo” nuclear.
Pompeo impôs 12 condições sobre o Irã e disse que o alívio das sanções econômicas só virá quando Washington vir mudanças tangíveis nas políticas iranianas. Entre as demandas estão pôr fim ao programa de mísseis balísticos e não intervir em conflitos regionais, como Iêmen e Síria.
“Detectaremos as operações iranianas e seus representantes de Hizbullah que operam em todo o mundo e os esmagaremos”, anunciou Pompeo.
“O Irã se verá obrigado a tomar uma decisão: brigar para manter sua economia à deriva no país, ou continuar desperdiçando preciosas riquezas nas disputas no exterior. Não terá recursos para fazer as duas coisas”, garantiu.
O presidente americano, Donald Trump, considera que o acordo original de 2015 com o Irã, também firmado por Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia, não foi rígido o suficiente em suas exigências para com Teerã e agora quer que os demais signatários apoiem sua estratégia de linha-dura.
“Na estratégia que estamos anunciando hoje, queremos o apoio dos nossos aliados e sócios mais importantes na região e em todo o mundo. Não me refiro apenas aos nossos amigos na Europa”, disse Pompeo.
O secretário de Estado também advertiu as empresas europeias que mantêm relações com o Irã, violando as sanções dos EUA, que serão “obrigadas” a prestar contas.
Por enquanto, a União Europeia está tentando convencer o Irã a se manter no acordo de 2015, mesmo sem a participação de Washington.
Em reação às declarações, a Chancelaria iraniano divulgou uma nota em que disse que as declarações de Pompeo são uma manobra diversionista.
“O Irã rejeita as alegações e mentiras nessa tal nova estratégia e condena a interferência do secretário de Estado americano em seus assuntos internos e suas ameaças ilegais contra um país membro da ONU”, disse a nota.