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Por Redação O Sul | 2 de junho de 2020
Agentes do serviço secreto dos Estados Unidos levaram o presidente norte-americano, Donald Trump, a um bunker na Casa Branca na noite da última sexta-feira (29), enquanto centenas de manifestantes se reuniam no lado de fora da mansão, com alguns atirando pedras e enfrentando policiais.
Trump passou quase uma hora no bunker, que foi designado para uso em emergências como ataques terroristas, de acordo com um Republicano próximo à Casa Branca que não foi autorizado a discutir assuntos particulares publicamente e falou em condição de anonimato. O relato foi confirmado por um membro do governo que também falou em condição de anonimato.
A decisão abrupta dos agentes ressaltou o clima dentro da Casa Branca, onde os gritos de manifestantes puderam ser ouvidos durante todo o fim de semana e agentes tiveram dificuldade para conter as multidões.
Os protestos de sexta-feira foram motivados pela morte de George Floyd, um homem negro que morreu após um policial branco de Minneapolis ajoelhar em seu pescoço. As manifestações em Washington ficaram violentas e pareceram pegar policiais de surpresa. Elas causaram um dos alertas mais altos no complexo da Casa Branca desde os ataques de 11 de setembro de 2001.
“A Casa Branca não comenta sobre protocolos e decisões de segurança”, disse o porta-voz da Casa Branca Judd Deere. O serviço secreto disse que não discute meios e métodos de suas operações de proteção.
Repressão
Donald Trump disse nesta terça-feira que as tropas do país devem ir às ruas da cidade de Nova York para reprimir distúrbios, enquanto autoridades por todo o país se preparavam para mais uma noite de protestos pela morte de um homem negro morto sob custódia policial.
Dezenas de cidades estão sob toque de recolher. O chefe da Guarda Nacional do país disse que 18 mil membros da Guarda estão trabalhando junto com autoridades locais em 29 Estados.
Parlamentares e autoridades policiais pareciam estar espantadas com a extensão do caos provocado durante a noite em algumas das maiores cidades do país, onde policiais foram baleados e apedrejados ao enfrentarem multidões hostis.
Manifestantes quebraram janelas e saquearam lojas em Nova York, incluindo lojas de luxo na Quinta Avenida, e atearam fogo numa área de compras em Los Angeles. Quatro policiais foram baleados em St. Louis e um em Las Vegas ficou ferido gravemente, disseram autoridades.
Trump ameaçou usar militares para combater a violência que emergiu, normalmente após um dia de protestos pacíficos. O presidente ainda zombou de autoridades locais, incluindo alguns governadores estaduais, por suas respostas aos distúrbios.
“NY, CHAME A GUARDA NACIONAL. Os marginais e perdedores estão despedaçando vocês. Ajam rápido!”, publicou Trump no Twitter. Ele destacou milhares de soldados armados e policiais na capital norte-americana e prometeu fazer o mesmo onde as autoridades não conseguirem retomar o controle. As informações são das agências de notícias Associated Press e Reuters.