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Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro participou na manhã desta quarta-feira (02), no Palácio do Planalto, da cerimônia de transmissão de cargo de quatro ministros. Bolsonaro assumiu a Presidência da República na terça-feira (1º) e empossou 21 ministros de seu governo – ele também assinou a indicação de Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central, que terá de ser aprovada pelo Senado.
A solenidade desta quarta-feira marcou uma espécie de “passagem de bastão” de quatro ministros que trabalharam no governo de Michel Temer para os novos titulares das pastas, escolhidos por Bolsonaro.
Casa Civil: Onyx Lorenzoni no lugar de Eliseu Padilha; Secretaria-Geral da Presidência: Gustavo Bebianno no lugar de Ronaldo Fonseca; Secretaria de Governo: general Carlos Alberto dos Santos Cruz no lugar de Carlos Marun e GSI (Gabinete de Segurança Institucional): general Augusto Heleno no lugar do general Sérgio Etchegoyen.
Inteligência
Os antigos e os novos ministros discursaram durante a cerimônia. O novo chefe do GSI, general Augusto Heleno, afirmou que terá a missão de “cuidar” do sistema de inteligência do País – a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) é vinculada ao gabinete.
Segundo Heleno, o sistema de inteligência brasileiro foi recuperado na gestão de Sérgio Etchegoyen. O novo ministro ainda criticou a atuação da ex-presidente Dilma Rousseff na área. “Ele [sistema de inteligência] foi derretido pela senhora Rousseff, que não acreditava em inteligência”, disse Heleno.
Despedidas
Na fala de despedida, Etchegoyen defendeu a gestão de Temer, que, na sua opinião, teve com o lema a “coragem”. Para o general, o agora ex-presidente teve o mérito de evitar o “populismo”.
“Se o título do governo que se encerrou, como já disse em outra oportunidade, poderia ser crise, seu lema foi coragem e sua maior manifestação foi rejeitar a trilha tantas vezes percorrida do populismo demagógico e irresponsável que muito mal nos causou”, afirmou.
Ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, voltou a afirmar que Temer aprendeu a navegar na “tempestade” e ressaltou que a gestão que se encerrou recuperou o país. “Saímos coma sensação não só do dever cumprido, mas também da vitória”, declarou Marun.
População “traumatizada”
Novo titular da Secretaria de Governo, o general Santos Cruz disse que “todos os assuntos” poderão ser discutidos na pasta, desde que respeitados princípios de “honestidade, de lealdade, de transparência e de cumplicidade”.
Santos Cruz afirmou que a população está “traumatizada” pelos escândalos de corrupção dos últimos anos e o governo precisar passar uma imagem de credibilidade.
“Todos os assuntos poderão ser tratados na Secretaria de Governo sempre dentro dos princípios da administração pública de honestidade, de lealdade, de transparência de cumplicidade, a fim de que transmita à nossa população, traumatizada por escândalos ao longo de muitos anos, uma sensação de honestidade de um governo, de transparência, de confiabilidade, de credibilidade de todos os programas”, declarou.
Liberalismo econômico
O novo chefe da Secretaria Geral, Gustavo Bebianno reforçou que o governo de Bolsonaro terá um viés liberal na economia. “Esperamos pela primeira vez de verdade que o liberalismo econômico seja implementado em favor de todos nós”, afirmou. O ministro ainda destacou a confiança no trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes, e a necessidade de manter o País “longe das garras destrutivas da mentalidade bolivariana”.
Recuperação
Chefe da Casa Civil de Temer, Eliseu Padilha citou a recuperação da economia como um dos principais feitos da gestão do ex-presidente. Ele citou as quedas da taxa de juros e da inflação e o PIB (Produto Interno Bruto) positivo nos últimos dois anos.
Padilha disse que Temer conduziu uma “transição” e entrega o País para Bolsonaro como uma “estrada recuperada” – o ex-presidente assumiu o governo em maio de 2016 em meio ao impeachment de Dilma Rousseff, de quem era vice-presidente.
“O presidente Temer fez uma transição. Ele pegou o País, e a expressão é dele, com a estrada esburacada e está entregando à vossa excelência [Bolsonaro] a estrada recuperada. Tivemos uma restauração plena e ampliou-se a capacidade da estrada.”
Pacto político
Chefe da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, afirmou que a “marca” do novo governo será o “diálogo”e defendeu um “pacto político entre governo e oposição por amor ao Brasil”.
“As disputas políticas, as disputas ideológicas podem e devem ser travadas. Nós não recebemos um papel em branco ao vencermos as eleições”, disse Onyx. O ministro, que coordenou a equipe de transição, fez um agradecimento aos mais de 120 voluntários que trabalharam com o novo governo nos últimos dois meses.