Quinta-feira, 17 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2018
Nessa sexta-feira, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello, liberou para julgamento a ação penal que apura o suposto envolvimento da senadora paranaense Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, em atos de corrupção e lavagem de dinheiro.
O caso será julgado pela Segunda Turma da Corte, composta por cinco ministros. Caberá ao novo presidente da turma, ministro Ricardo Lewandowski, marcar a data da sessão. Gleisi será o segundo réu a ser julgada pela Corte.
O primeiro foi o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR). No mês passado, o parlamentar foi condenado pela Segunda Turma.
Celso de Mello é o revisor da Lava-Jato. Ele tem a responsabilidade de analisar o caso mais detidamente que os outros integrantes da Segunda Turma e votar logo depois do relator, Edson Fachin. Também integram o colegiado os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
No mesmo processo, também são réus o marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo, e o empresário Ernesto Kugler. As investigações começaram com as delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento de 2005 a 2011 e das Comunicações entre 2011 a 2015. Nas alegações finais entregues ao STF, os advogados dos réus alegaram inocência.
Trajetória
Gleisi Hoffmann, 52 anos, é advogada de formação e foi ministra-chefe da Casa Civil no governo da então presidenta Dilma Rousseff (2011-2016) entre junho de 2011 e fevereiro de 2014. Durante o processo de impeachment, a senadora foi uma das vozes mais eloquentes na defesa da petista no Congresso Nacional.
Hoje, como presidente nacional da legenda, ela tem se empenhado na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP) – ele cumpre a sentença na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR) desde o dia 7 de abri.
Defesa
A defesa da parlamentar apontou falhas nas delações premiadas que deram origem ao processo e disse que as provas levantadas não corroboram os depoimentos dos colaboradores. “A presidente nacional do PT jamais praticou quaisquer atos para favorecer Paulo Roberto Costa”, frisou.
Lembrou, ainda, que, em 2010, quando teriam ocorrido os pagamentos ilícitos, Gleisi Hoffmann ainda não ocupava cargo público “e nem contava com a proeminência que viria a ter”.