Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2020
Conquista definida como “histórica” para o agronegócio pelo governo gaúcho, o Rio Grande do Sul obteve o reconhecimento como zona livre de vacinação contra a febre aftosa, já a partir do mês que vem. A medida foi oficializada pela IN (Instrução Normativa) nº 52, com a rubrica da ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Na semana passada, auditores do governo federal estiveram na Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural) para avaliar o cumprimento das exigências feitas ao Estado para a obtenção do novo status sanitário.
“Trata-se de uma notícia excelente para o agronegócio gaúcho, que agora poderá ampliar participação em vários mercados internacionais”, elogiou o governador Eduardo Leite após a confirmação oficial. “Foi um importante trabalho de todos os nosso servidores, liderados pelo secretário Covatti Filho e estão todos de parabéns.”
“Trata-se de uma mudança que vem sendo gestada e planejada há um bom tempo pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Vai gerar imenso impacto na economia gaúcha”, acrescentou o titular da Seapdr, Covatti Filho. Ele observa que 2020 será o último ano com esse tipo vacinação no Rio Grande do Sul.
A partir do reconhecimento pelo Ministério, a Secretaria comunica a mudança à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), que por sua vez concede a certificação da evolução do status sanitário. Isso permite a abertura de portas para mercados atualmente não acessados pelos criadores gaúchos.
Técnicos e especialistas apontam que a retirada da vacinação tem potencial de abrir mercados como Japão, Coreia do Sul, México, Estados Unidos, Chile, Filipinas, Canadá e China (carne com osso). No setor dos suínos, a expectativa é de que haja aumento nas exportações de cerca de R$ 600 milhões anuais.
O documento também reconhece como área livre de vacinação os Estados do Acre, Paraná, Rondônia e regiões do Amazonas e de Mato Grosso. Conforme o texto, o ingresso de animais e produtos de risco para a febre aftosa em Santa Catarina, com origem nas áreas consideradas livres de vacinação, deve observar as diretrizes para origem em zona livre da doença com vacinação, até que haja o reconhecimento pela OIE como zonas livres de aftosa sem vacinação.
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas) principalmente na boca e nas patas de animais de casco fendido. A doença é causada por um vírus do qual existem sete tipos, com sintomas clínicos parecidos.
Exportações
Outra boa notícia desta semana é o resultado das exportações do agronegócio gaúcho, que somaram US$ 3,1 bilhões no segundo trimestre de 2020, uma alta de 5,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O crescimento do valor exportado foi puxado pelas vendas externas do complexo soja (US$ 1,7 bilhão; +15,4%), carnes (US$ 492,7 milhões; +29,3%) e do setor de cereais, farinhas e preparações (US$ 189,2 milhões; +110,7%). Entre os cinco principais setores exportadores do agronegócio, fumo (US$ 246,4 milhões; -23,9%) e produtos florestais (US$ 220,6 milhões; -33,8%) registraram baixas.
No acumulado do primeiro semestre, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 4,9 bilhões, uma queda de 6,7% quando comparado com janeiro a junho de 2019. Em valores absolutos, foram US$ 354,7 milhões a menos no comércio exterior no período, puxado pelo desempenho negativo no período dos setores de produtos florestais (-56,9%) e fumo (-33%).
As informações fazem parte do boletim “Indicadores do Agronegócio do Rio Grande do Sul”, divulgado nesta quarta-feira pela SPGG (Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão) e elaborado pelos analistas Rodrigo Feix e Sérgio Leusin Júnior, do DEE (Departamento de Economia e Estatística), vinculado à pasta.
(Marcello Campos)
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