Quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2019
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse nesta quarta-feira (02), após reunião com o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que Estados Unidos e Brasil compartilham um “profundo desejo de retorno da Venezuela à democracia”.
A Venezuela vive uma crise social, política e econômica. O governo do presidente Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez, é considerado anti-democrático por membros da comunidade internacional, como Brasil e Estados Unidos. Sob esse argumento, o governo de Jair Bolsonaro não convidou Maduro para a cerimônia de posse do novo presidente.
Pompeo e Araújo se reuniram no Palácio do Itamaraty. A conversa entre os dois começou por volta de 8h45min e durou meia-hora. Depois, fizeram uma declaração à imprensa.
“Nós conversamos sobre Cuba, Venezuela, Nicarágua. Esses são lugares onde as pessoas não têm a oportunidade de expressar seus pontos de vista, de falar o que pensam. Esses são o tipo de coisas sobre as quais nós pretendemos trabalhar juntos”, disse o secretário de Estado.
Pompeo declarou ainda que Brasil e Estados Unidos “compartilham valores como democracia, e isso não acontece em muitos países”. Em sua fala, Araújo disse que teve uma “excelente conversa sobre como construir uma parceria mais intensa e muito mais elevada com os Estados Unidos”.
O ministro afirmou ainda que trocou com Pompeo ideias sobre valores que os dois países compartilham. “Trocamos ideias sobre nossa ideia de mundo, sobre trabalhar juntos pelo bem e por uma ordem internacional diferente, que corresponda aos valores dos nossos povos”, afirmou.
Segundo Araújo, o Brasil está “se realinhando consigo mesmo”, e a política externa, de acordo com ele, segue o mesmo caminho. “Nossa política externa está se realinhando com o povo brasileiro.”
Brasil e África
Antes da reunião com Pompeo, Araújo teve uma audiência com o ministro de Relações Exteriores de Angola, Manuel Domingos Augusto.
O angolano disse a jornalistas que confia em uma boa cooperação da política externa do governo brasileiro com os países africanos. Segundo ele, um dos indícios disso é o fato de Angola ter sido o primeiro país a se reunir com o novo chanceler.
“Acabei de vir de uma reunião em que o chanceler reafirmou o desejo de dar prioridade à cooperação com África, no caso específico de Angola ficou traduzido: os senhores jornalistas viram quem é que se seguiu a mim na audiência com o chanceler.”
“Percebemos que quando há um discurso de campanha, há um discurso político também virado para dentro”, disse ele sobre o discurso feito por Bolsonaro durante a campanha. Augusto reiterou, porém, que o Brasil também é um País muito importante para o mundo.