Quarta-feira, 30 de abril de 2025

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Brasil O supercomputador do Tribunal Superior Eleitoral não passou por todos os testes

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Devido à pandemia, o supercomputador contratado para realizar a totalização dos votos não chegou a tempo de ser submetido a todos os testes necessários antes do primeiro turno das eleições municipais. A informação é do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.

Com contrato de cerca de R$ 26 milhões e validade de 48 meses, o sistema foi adquirido pelo TSE em março, mas só foi entregue em agosto. “Em razão das limitações nos testes prévios, a inteligência artificial do equipamento demorou a aprender sobre o processamento dos dados. Daí a lentidão e o travamento”, disse.

Em complementação, o secretário de Tecnologia da Informação (TI) do TSE, Giuseppe Janino, informou que, como a entrega do equipamento atrasou, três dos cinco testes previstos foram realizados em outros aparelhos. Quando o supercomputador chegou, foram feitos os outros dois, o que prejudicou a capacidade de “leitura” do sistema.

Barroso disse que a demora na divulgação dos resultados – mais de duas horas e meia, em comparação ao pleito de 2018 – “foi o tempo que os técnicos levaram para diagnosticar o problema e remediá-lo”. Ele também se corrigiu por ter informado, ainda no domingo, que a razão da lentidão teria sido uma pane em um dos hardwares do computador. “Não é mudança de versão, é atualização da nossa compreensão do que aconteceu.”

Em relação ao segundo turno, marcado para o dia 29, o ministro disse que está trabalhando para que o atraso não se repita. A Oracle, empresa contratada pelo TSE para prestar o serviço, será chamada a “ajudar a equacionar e prevenir o problema”. Como não há outra companhia que atue nesta mesma área, houve dispensa de licitação.

Para justificar a centralização da totalização dos votos no TSE – e não mais nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), como costumava ocorrer – a Corte alegou dois motivos. Primeiro, a redução de custos, estimada em R$ 1,3 milhão ao ano. Em segundo lugar, o aumento da segurança, conforme recomendação da Polícia Federal (PF).

Por isso, mesmo com as falhas, Barroso diz não ver motivos para voltar ao sistema antigo de soma de votos. “Não foi algo grave. Foi uma demora de duas horas, como um carro de Fórmula 1 que precisa parar no box para algum conserto, mas acaba vencendo a corrida”, comparou.

“O resultado foi anunciado no mesmo dia. Não estamos diante de problema dramático que nos obrigue a mudar de estratégia. Tivemos um pequeno problema, que trouxe uma pequena chateação e que buscaremos resolver.”

Barroso voltou a minimizar a lentidão na totalização dos votos e repetiu que essa diminuição no ritmo dos somatórios não trouxe qualquer prejuízo à integridade dos resultados computados.

Contudo, como a crise abasteceu os discursos que descredibilizam o sistema brasileiro de votação – comuns entre o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores –, ele acionou a PF. Em ofício, pediu que a corporação apure milícias digitais que, com motivação política, estejam atacando a Justiça Eleitoral.

“Há suspeita de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos deles são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF)”, disse ele, referindo-se ao chamado inquérito das “fake news”, que tramita desde março do ano passado.

Conforme o ministro, por ora são apenas “suspeitas e indícios”, sendo necessário investigar não só o ataque em si, mas a concentração de esforços para desestabilizar as instituições.

As informações falsas teriam surgido após a notícia sobre o vazamento de dados de funcionários do TSE, mas ganharam força depois das instabilidades registradas no domingo (15).

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https://www.osul.com.br/o-supercomputador-do-tribunal-superior-eleitoral-nao-passou-por-todos-os-testes/ O supercomputador do Tribunal Superior Eleitoral não passou por todos os testes 2020-11-17
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