Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2020
O presidente em exercício, Hamilton Mourão (PRTB), reagiu nesta segunda-feira (27) à gravação de um telefonema feito por Wilson Witzel (PSC), que foi divulgado nas redes sociais pelo governador do Rio de Janeiro. Nas palavras de Mourão, o ex-juiz federal “esqueceu” da ética e da moral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
No domingo (26), o governador do Rio divulgou, em sua conta oficial no Twitter, um vídeo no qual telefona ao presidente em exercício, com o viva voz ligado, e pede apoio do governo federal para conter estragos causados pela chuva. Witzel chama Mourão de “senhor presidente”.
“Em relação ao governador Witzel, ele diz que foi fuzileiro naval. Eu acredito que ele se esqueceu da ética e da moral que caracterizam as Forças Armadas quando saiu do corpo de fuzileiros navais”, disse Mourão.
Segundo Mourão, o presidente Jair Bolsonaro lhe procurou para tratar do telefonema gravado por Witzel. O presidente em exercício não detalhou a conversa. “(Bolsonaro) Só disse que é uma coisa que não é ética. É óbvio, né. Se você vai gravar alguém, você diz ‘olha, vou te gravar aqui, porque vou botar para o povo do Rio de Janeiro para saber que estou atuando’. Ok, beleza, 100%”, declarou o presidente em exercício.
Mourão disse que não voltou a conversar com Witzel após gravação de um telefonema feito entre eles, divulgado nas redes sociais do governador do Rio.
Após a repercussão negativa da gravação da conversa Witzel alegou que o vídeo “não tem qualquer outra conotação que não demonstrar união num momento de necessidade do povo.” O governador não comentou, porém, o fato de a gravação ter sido feita sem o consentimento de Mourão.
“O vídeo divulgado nas redes sociais do governador Wilson Witzel tem somente a intenção de tranquilizar os moradores de cidades do noroeste do estado, fortemente atingidas pelas chuvas e, em função disso, sem item básico neste momento que é água para consumo”, diz a nota enviada pelo governo.
Na ligação divulgada pelo governador, Mourão afirma que está “ciente” da situação e que vai pedir auxílio ao Rio para o ministro Fernando Azevedo, da Defesa. “Qualquer coisa a gente apoia mais alguma coisa aí no Rio de Janeiro, governador”, afirma Mourão.
Em viagem à Índia, o presidente Jair Bolsonaro criticou a divulgação do telefonema. “Ele, pelas imagens, está no seu carro e um assessor filma. E ele liga para o presidente em exercício. Eu acho que não é usual alguém fazer isso. Eu não gostaria que fizessem comigo, não interessa qual seja o assunto. O que se trata por telefone tem que ser reservado”, afirmou Bolsonaro nesta segunda.
Índia
Mourão afirmou que foi “excelente” a agenda de Bolsonaro na Índia e que a ideia é “dobrar” o fluxo comercial com o país até 2020. “Excelente, não tínhamos aproximação tão grande com a Índia, apesar de estarmos no Brics. Agora, com esses 15 acordos assinados nas mais variadas áreas, abre aí um novo mercado e com a meta, que foi posta, de a gente dobrar nosso fluxo comercial aí até 2022”, declarou.