Armando Burd Onde fica o direito do outro?

Os 270 mil alunos que não podem fazer hoje a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) são vítimas da violência de minoria invasora de 364 escolas no País. Contrários a medidas do governo federal, agridem colegas que sonham com a carreira profissional. No futuro, 5 de novembro ficará marcado como o Dia do Protesto Burro.

SEM DEMORA
O Ministério Público de São Paulo dá o exemplo, recomendando às autoridades: “Em caso de ocupação de escolas públicas, imediatamente acionem a Polícia Militar para a retirada dos invasores. As escolas não são coisa sem dono, mas bens públicos destinados à prestação de serviço essencial que não pode ser interrompido.”

COMO SERÁ
Na reunião-almoço do Clube de Opinião, ontem, o ministro Eliseu Padilha resumiu: “A reforma da Previdência será muito dura e ainda não chegará a cobrir o rombo. A atual lei para permitir a aposentadoria foi concebida quando a idade média dos brasileiros era de 56 anos. Agora, aproxima-se de 80.”

11 ANOS DEPOIS
O ex-governador Tarso Genro repete a atitude de 2005. Após a denúncia do mensalão, propôs a refundação do PT. Foi torpedeado sob a liderança de José Dirceu, que considerou absurda a possibilidade. O tempo mostrou quem tinha razão.

RESPOSTA FÁCIL
Que outro País enfrenta crescimento econômico negativo, desemprego crescente, reforma tributária hibernando e ajuste fiscal fracassado?

VERGONHA MUNDIAL
A tragédia do rompimento da barragem de Mariana completa hoje um ano. Foi preciso a ONU lançar um documento para denunciar o descaso, o menosprezo, a negligência, o desleixo, a omissão e a frieza com os atingidos pelo desastre. Seis milhões de pessoas ficaram sem acesso seguro à água para consumo. Em Minas Gerais, mais 44 barragens não têm segurança. Até quando?

COMPARANDO
Dois jornalistas se encontraram ontem no aeroporto Salgado Filho. O argentino se vangloriou: “Estamos em condições de fabricar duas ou três bombas atômicas”. O brasileiro emendou: “E nós podemos eleger umas 200 bombas.”

PERDA DE QUALIDADE
A 5 de novembro de 1996, o médico Adib Jatene, que havia deixado sua clínica para assumir o Ministério da Saúde, não resistiu ao boicote da Fazenda e pediu demissão. A população deixou de contar com a competência e a sensibilidade do honrado profissional na condução de um setor vital para o País. Jatene havia empenhado sua palavra e tinha certeza de que, com a criação da CPMF, não faltariam mais recursos para saúde. Acabou ludibriado por velhas raposas, que desviaram o dinheiro de seu destino.

RÁPIDAS
* A conta mais alta da falência dos Estados é paga pelos pobres.
* Daniel Guerra, futuro prefeito de Caxias do Sul e Alexandre Kalil, de Belo Horizonte, têm um ponto em comum: não gostam de políticos e da Política.
* O presidente Temer está em cima do muro sem saber se salta para o lado de Hillary ou de Trump.
* É grande o leilão de editoras pelo livro de memórias de Barack e Michelle Obama. A oferta inicial é de 15 milhões de dólares.
* Na política, assim como no boxe, há os que só conseguem bater na porta.

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