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Rio Grande do Sul Operação prende cinco pessoas por distribuir medicamentos falsificados contra o câncer no RS

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A Pfizer elaborou laudo apontando inúmeras divergências nos produtos submetidos à analise.

Foto: Divulgação/MPRS
A Pfizer elaborou laudo apontando inúmeras divergências nos produtos submetidos à analise. (Foto: Divulgação/MPRS)

A Delegacia de Polícia de Proteção ao Consumidor deflagrou na quarta e quinta-feira (17 e 18) em São Paulo (capital), a Operação Sunitinibe, com o objetivo de desarticular esquema de distribuição de medicamentos falsificados para o tratamento de câncer a pacientes do Rio Grande do Sul. Cinco pessoas foram presas.

A investigação teve início em fevereiro de 2018. Uma das pacientes percebeu características estranhas nas embalagens: caixa com erros de português, bula com manchas e rasuras, frascos com fundo raspado. Notou também que o conteúdo das cápsulas estava vazando, além de perceber uma coloração diferente e notar ausência de efeitos colaterais, visto que já havia ingerido diversas cápsulas.

Diante disso, as três caixas foram apreendidas por esta Delegacia de Proteção ao Consumidor, que solicitou perícias nos medicamentos ao Instituto-Geral de Perícias e ao fabricante do medicamento Sutent 50mg, o laboratório Pfizer.

A Pfizer elaborou laudo apontando inúmeras divergências nos produtos submetidos à análise, tanto na embalagem quanto na composição. Na embalagem foram constatados erros na forma de escrita e na pontuação utilizada na caixa do medicamento original. No que tange à composição, os analistas constataram presença de diversos tipos de vitaminas B, ou seja, não havia o medicamento sunitinibe malato nos produtos apreendidos, sendo constatado apenas a existência de complexos vitamínicos misturados a outras substâncias sem qualquer eficácia para os tratamentos oncológicos.

Em perícia feita pelo Instituto-Geral de Perícias, o setor de Documentoscopia Forense apontou que as gravações realizadas nas caixas, nos rótulos dos frascos, bula e selos de segurança, foram impressos de maneira divergente da amostra padrão. O tamanho dos frascos questionados, 4,8 cm de largura e 6,8 cm de altura, são divergentes da amostra original. Nos frascos tampa rosca foi constatado que não havia o lacre de segurança para crianças. Ainda, na base dos frascos, existem evidentes sinais de raspagem de informações obrigatórias para esse tipo de medicamentos, sendo, portanto, falsificados.

Os especialistas do Departamento de Perícias Laboratoriais, também do IGP, apontaram, em análise da composição, que o conteúdo dos medicamentos questionados eram quimicamente incompatíveis com o conteúdo do material da amostra padrão, que contém a substância medicamentosa sunitinibe malato.

Por fim, o material encontrado nos medicamentos analisados não condiz com o sunitinibe malato, substância usada no tratamento oncológico.

A Operação Sanitatem, desencadeada em São Paulo, resultou na prisão de cinco pessoas, empresários pertencentes ao quadro societário e colaboradores de empresas do ramo de medicamentos, suspeitos de envolvimento com a falsificação e distribuição de medicamentos falsos para tratamento oncológico.

Embora no Rio Grande do Sul não se tenha notícia sobre a morte de pacientes que fizeram uso do medicamento falsificado, no Estado de Goiás, policiais civis investigam quatro mortes de pacientes que usaram essa medicação, sendo uma já confirmada, inclusive com pessoas responsabilizadas criminalmente.

No Rio Grande do Sul foram apreendidos três frascos do Sutent 50mg, analisados por perícia oficial do Instituto-Geral de Perícias e análise do fabricante Pfizer, restando comprovado que se trata de medicamento falsificado, bem como pelo conjunto probatório produzido pela Polícia Civil do Piauí, houve representação pela prisão preventiva de seis pessoas, as quais, após concordância do Ministério Público, foram deferidas pelo Poder Judiciário deste Estado.

Nos dias 17 e 18, policiais da Delegacia de Proteção ao Consumidor do DEIC/RS e da Divisão Antissequestro de São Paulo, deram cumprimento às ordens de prisão. Duas mulheres foram presas em suas residências na Zona Sul da capital paulista. As outras três prisões foram devidamente comunicadas aos investigados no Centro de Detenção Provisória Pinheiros 1, onde estão presos desde 17 de março em virtude de prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário do Piauí.

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https://www.osul.com.br/operacao-prende-cinco-pessoas-por-distribuir-medicamentos-falsificados-contra-o-cancer-no-rs/ Operação prende cinco pessoas por distribuir medicamentos falsificados contra o câncer no RS 2020-06-19
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