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Política Os movimentos de Raquel Dodge para ser reconduzida ao cargo de procuradora-geral da República dividiram sua equipe direta de procuradores, aqueles que foram escolhidos por ela para seu gabinete

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"Eles todos participaram de uma encenação", afirmou Raquel Dodge. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

Os movimentos de Raquel Dodge para ser reconduzida ao cargo de procuradora-geral da República sem passar pelo escrutínio da habitual lista tríplice dividiram sua equipe direta de procuradores, aqueles que foram escolhidos por ela para integrar seu gabinete. Dodge quer ser procuradora-geral por mais dois anos e passou a se movimentar no tabuleiro político para ser indicada pelo presidente Jair Bolsonaro. Na última sexta-feira, ela disse estar à disposição. As informações são do jornal O Globo.

O gesto provocou uma divisão dentro de casa. A equipe que atua na área criminal da PGR, formada por procuradores e procuradores regionais da República, se opõe a uma recondução ao cargo fora da lista, enquanto o vice-procurador-geral, o vice-procurador-eleitoral e outros subprocuradores-gerais defendem a postura de Dodge e apontam vícios na atual disputa pelo posto de chefe máximo do Ministério Público Federal (MPF).

O time que cuida dos assuntos criminais, incluídos os inquéritos da Lava-Jato em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), é capitaneado pela procuradora regional Raquel Branquinho e pelo coordenador do grupo da Lava-Jato, o procurador regional José Alfredo de Paula. Os dois demonstram alinhamento à posição das forças-tarefas da Lava-Jato em Curitiba, no Rio e em São Paulo e das Operações Zelotes e Greenfield, em Brasília, que fizeram uma defesa enfática da lista tríplice. Prevalece entre os oito demais procuradores da força-tarefa a posição pró-lista tríplice.

Já os subprocuradores-gerais, que estão em funções de destaque, como o vice-procurador-geral Luciano Mariz Maia e o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, enumeram diversos vícios na atual formação da lista tríplice. Entre eles estão a exclusão dos aposentados da base de votantes, sendo que os aposentados sempre foram uma importante base eleitoral de Dodge; a permissão para que novos procuradores da República votem mesmo sem estarem filiados à ANPR; permissão para que procuradores regionais, e não somente subprocuradores-gerais, disputem um lugar na lista; obscuridade no financiamento das campanhas; e a existência de “milícias eletrônicas” para defender e atacar candidatos.

Em meio a esse cenário de divisão interna, os gabinetes de Dodge e até mesmo do vice Mariz Maia vêm passando por um esvaziamento. José Alfredo avisou aos colegas que deixará o cargo em setembro, ao fim do atual mandato de Dodge. Ele ainda informou que Branquinho também abandonará seu posto. Tanto ele como Branquinho reassumirão seus cargos de procuradores regionais em setembro.

Na última quinta-feira, um dos dois integrantes da secretaria de Branquinho deixou o cargo. O procurador da República Marcelo Ribeiro começa em julho na força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba.

Esse procedimento de mudança na equipe da Lava-Jato é diferente do que ocorreu na transição de Rodrigo Janot para Dodge. Na ocasião, não houve avisos de saída antecipada dos procuradores que atuavam no caso. Pelo contrário: vários deles manifestaram desejo de continuar.

Disputa acirrada

O mandato de Dodge acaba em 18 de setembro. Ela pode ser reconduzida ao cargo, uma indicação que cabe ao presidente da República, como está previsto na Constituição. Mas, diferentemente das reconduções passadas, Dodge decidiu não disputar um lugar na lista tríplice, que é votada pelos próprios procuradores da República, cerca de 1,2 mil votantes, e é organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A lista existe desde 2003 e foi levada em conta, sem exceção, pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.

Dez procuradores estão na atual disputa por um lugar na lista, e a votação vai ocorrer no próximo dia 18. Bolsonaro, porém, não diz se escolherá um dos três nomes da lista – instrumento que é apenas uma tradição, sem previsão legal. Dodge, então, decidiu correr por fora, especialmente por meio de seu secretário-geral na PGR, Alexandre Camanho, o mais político dos procuradores da República em Brasília.

A disputa pela cadeira de PGR é a mais acirrada, imprevisível e carregada de ataques e cisões desde o período em que não existia o instrumento da lista. O presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, indicou apenas um procurador-geral ao longo dos oito anos de mandato, Geraldo Brindeiro, sem lista, o que o transformava em alvo de críticas.

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