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Geral Os riscos e benefícios à saúde do consumo de peixe

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Uma das maiores preocupações em relação aos peixes tem sido seus níveis potencialmente prejudiciais à saúde de poluentes e metais. (Foto: Eduardo Beleske/PMPA)

O peixe tem a reputação de ser um dos alimentos mais saudáveis que podemos consumir.

Mas o aumento da disponibilidade de alternativas de origem vegetal e as crescentes preocupações em relação à sustentabilidade dos frutos do mar e à sua pegada de carbono levaram algumas pessoas a questionar se precisamos dele em nossa alimentação.

Desde 1974, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), a população de peixes dentro de níveis biologicamente sustentáveis caiu de 90% para pouco menos de 66% hoje.

Enquanto isso, o receio em relação ao mercúrio e outros poluentes indica que mulheres grávidas ou lactantes, por exemplo, devem limitar o consumo de algumas espécies.

Afinal, comer peixe traz mais benefícios ou riscos à saúde?

Metais pesados

Nas últimas décadas, uma das maiores preocupações em relação aos peixes tem sido seus níveis potencialmente prejudiciais à saúde de poluentes e metais.

Entre eles, estão os bifenilos policlorados (PCBs). Embora tenham sido proibidos na década de 1980, esses produtos químicos industriais foram usados em grandes quantidades em todo o mundo — e ainda permanecem em nosso solo e na água.

Eles têm sido associados a uma série de efeitos prejudiciais à saúde — do sistema imunológico ao cérebro. Embora os PCBs estejam presentes em tudo, de laticínios à água potável, os níveis mais elevados tendem a ser encontrados em peixes.

A solução para limitar a ingestão de PCBs a partir de peixes pode ser surpreendente, diz Johnathan Napier, diretor de ciências da Rothamsted Research em Hertfordshire, na Inglaterra.

“O possível problema do acúmulo de componentes tóxicos é provavelmente mais preocupante no caso das espécies selvagens capturadas para consumo humano direto”, explica.

Como os ingredientes de origem marinha que servem de alimento aos peixes criados em cativeiro são lavados para remoção de toxinas, esses peixes costumam ser mais seguros do que os selvagens.

Mas nem sempre é o caso, e o índice de PCB também varia sazonalmente.

Embora sejam vistos geralmente como uma opção melhor para a saúde e o meio ambiente, a aquicultura em larga escala apresenta seus próprios problemas, ao poluir os oceanos com resíduos e se tornar criadouro de doenças que podem se espalhar pela natureza.

O NHS, sistema público de saúde do Reino Unido, recomenda que mulheres grávidas e lactantes limitem a ingestão de espécies de peixes com maior probabilidade de conter PCBs, assim como outros poluentes, como dioxinas, a duas porções por semana.

Isso inclui peixes oleosos como salmão e sardinha, assim como peixes não oleosos, incluindo caranguejo e robalo. Uma porção equivale a cerca de 140g.

Outra preocupação é o mercúrio, uma neurotoxina que pode passar pela placenta e afetar o desenvolvimento do feto.

Há inúmeras associações entre a ingestão de mercúrio e câncer, diabetes e doenças cardíacas. Embora o mercúrio possa ser encontrado em outros alimentos, como legumes e verduras, um estudo mostrou que 78% da ingestão de mercúrio era proveniente de peixes e frutos do mar.

Nos peixes, os níveis de mercúrio são altos o suficiente para que o FDA, órgão regulador de alimentos e remédios nos Estados Unidos, recomende que as gestantes limitem a ingestão de alguns peixes populares, incluindo linguado e atum, a uma porção por semana.

Mas as preocupações em relação ao acúmulo de metais pesados nos peixes têm sido exageradas, diz Napier. Ele afirma que é um problema apenas quando se trata de espécies que vivem muito tempo — como o peixe-espada, que pode viver de 15 a 20 anos.

O peixe-espada tem uma concentração de mercúrio de 0,995 ppm, enquanto o salmão, que vive em média de quatro a cinco anos, possui cerca de 0,014.

Ácidos graxos

O consumo de peixes oleosos, incluindo salmão, atum, sardinha e cavalinha, tem sido associado a um menor risco de doenças cardiovasculares, graças aos ácidos graxos do ômega 3 marinho, o ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA).

Algumas fontes vegetais de ômega 3, como sementes de linhaça e nozes, são ricas em um terceiro tipo — o ALA. Um estudo de 2014 concluiu que os benefícios para a saúde do coração do ômega 3 à base de plantas podem ser comparáveis aos do EPA e DHA, mas ainda não há pesquisas que sustentem isso.

No entanto, você pode encontrar EPA e DHA em suplementos de algas e em algas comestíveis.

“Tanto o EPA quanto o DHA desempenham uma infinidade de papéis importantes no metabolismo humano, mas não podemos fabricá-los efetivamente em nossos corpos, por isso é muito importante incluí-los como parte de nossa dieta”, explica Napier.

O DHA é abundante em nossos cérebros, retinas e outros tecidos especializados. Junto com o EPA, ajuda a combater inflamações no corpo, que estão associadas ao maior risco de doenças cardíacas, câncer e diabetes.

Uma maneira de evitar potenciais danos à exposição ao mercúrio e ainda obter ômega 3 é tomar suplementos de óleo de peixe. No entanto, uma pesquisa realizada recentemente a pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), analisando os suplementos de ômega 3 em uma variedade de quadros de saúde, descobriu que eles não têm o mesmo efeito que comer peixes gordurosos.

Cerca de 334 pessoas teriam que tomar suplementos de ômega 3 por quatro ou cinco anos para uma pessoa não morrer de doença cardíaca coronária, segundo ela.

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https://www.osul.com.br/os-riscos-e-beneficios-a-saude-do-consumo-de-peixe/ Os riscos e benefícios à saúde do consumo de peixe 2021-01-24
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