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Geral Como fazer o Google e o Facebook se preocuparem com a privacidade: atinja-os nos algoritmos

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Ali Klemt: "Estou A-PA-VO-RA-DA com as consequências da Inteligência Artificial para o mundo". (Foto: Reprodução)

Se você nunca ouviu falar sobre a ascensão e queda do aplicativo de fotos Ever, preste atenção em sua história. Ela mostra como os governos, se quisessem, poderiam obrigar grandes empresas de tecnologia como Google e Facebook a respeitar a privacidade das pessoas.

Como muitos serviços em nuvem, o Ever ofereceu aos usuários um local na internet para armazenar suas fotos. Em seguida, passou a usar essas fotos para treinar um algoritmo de reconhecimento facial, que comercializou para agências policiais e outros clientes em potencial.

Alguns usuários do Ever sentiram que sua privacidade havia sido violada, e a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) alegou que a empresa dona do aplicativo, a Everalbum, agiu de forma enganosa ao empregar o reconhecimento facial sem o conhecimento dos clientes e ao não excluir suas fotos quando eles desativavam suas contas.

O que é realmente interessante na história são os termos do acordo entre as partes alcançado recentemente. A Everalbum não foi só obrigada a excluir as fotos em questão e a obter o consentimento dos consumidores para usar o reconhecimento facial.

A empresa também terá que excluir todos os algoritmos que desenvolveu com as fotos e vídeos que obteve por meio do aplicativo (que foi desativado no ano passado).

O foco da FTC nos algoritmos pode abrir um precedente poderoso. No mundo da inteligência artificial, os dados das pessoas são apenas a matéria-prima: para o Google, em termos de pesquisa e cliques em anúncios; para o Facebook, nas postagens que as pessoas leem e há quanto tempo estão engajadas; para a Amazon, nos produtos que as pessoas compram e como os encontram.

As empresas então usam esses dados para atualizar seus algoritmos – diariamente, a cada hora ou mesmo a cada minuto – para atrair e gerar lucro com cada vez mais pessoas. Os algoritmos são o núcleo do produto. Eles contêm todo o conhecimento acumulado, incluindo os links mais recentes, os vídeos virais mais recentes e os produtos novos que são mais quentes.

Então, quando a FTC multou o Facebook em US$ 5 bilhões por uso indevido de dados de usuários, como fez em 2019, isso pode ser caro, mas está longe de ser fatal. Os ativos mais valiosos – os algoritmos que o Facebook desenvolveu a partir dos dados desviados – permanecem intactos.

Mas e se as autoridades exigissem que o Facebook excluísse as partes ilegais do algoritmo? E se a empresa tivesse que reverter para uma versão anterior, antes de começar a usar indevidamente os dados?

A inteligência artificial estaria completamente fora de alcance: imagine o Facebook exibindo artigos anteriores às eleições de 2016. O retreinamento sem as informações ausentes exigiria um esforço monumental, bagunçando gravemente o modelo de negócios por algum tempo.

É aí que reside uma arma potente. Se as autoridades informarem que virão atrás dos algoritmos na próxima vez que pegarem alguém fazendo uso indevido dos dados, as empresas de tecnologia provavelmente levarão as preocupações com a privacidade muito mais a sério.

Pressão na UE

Os governos, enquanto isso, estão aumentando a pressão sobre as big techs. Os legisladores da União Europeia convidaram os principais executivos de Amazon, Apple, Facebook e Google para uma audiência em 1º de fevereiro em Bruxelas, enquanto tentam reprimir o poder econômico das gigantes da tecnologia dos EUA.

Nos próximos meses, o Parlamento Europeu dará a sua opinião sobre as propostas da Comissão Europeia para forçar as empresas a agir de forma justa com os concorrentes e a fazer mais para combater as notícias on-line falsas e o conteúdo prejudicial, ou enfrentar multas pesadas.

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https://www.osul.com.br/como-fazer-o-google-e-o-facebook-se-preocuparem-com-a-privacidade-atinja-os-nos-algoritmos/ Como fazer o Google e o Facebook se preocuparem com a privacidade: atinja-os nos algoritmos 2021-01-24
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