Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de setembro de 2015
O pai de Aylan Kurdi, o menino sírio de 3 anos que foi encontrado morto em uma praia da Turquia e cuja foto se tornou uma das mais representativas da crise migratória na Europa, falou nessa quinta-feira sobre a tragédia. Abdullah Kurdi perdeu também a mulher e outro filho de 5 anos no naufrágio. “Meus filhos escorregaram das minhas mãos”, disse à agência de notícias turca Dogan. “Tínhamos jalecos salva-vidas, mas o barco afundou porque várias pessoas se levantaram. Carreguei a minha mulher nos braços. Mas meus filhos escorregaram das minhas mãos”, contou ele.
Ele disse que a família pagou para atravessar da Turquia para a ilha grega de Kos duas vezes. “Numa delas, os guardas nos pararam. Aí fomos libertados. Da segunda vez, os organizadores não cumpriram com a promessa e não trouxeram o barco. Então conseguimos um barco por nossos próprios meios”, relatou à imprensa. Abdullah e a família tentavam reencontrar parentes no Canadá, mesmo que o pedido de asilo tivesse sido negado.
Estado Islâmico
Após o naufrágio, na quarta-feira, Abdullah ligou para a irmã, que mora em Vancouver (Canadá), e disse que deseja voltar para Kobane (Síria) para enterrar seus familiares e ser enterrado ao lado deles. Dezesseis membros de sua família que combatiam o grupo jihadista Estado Islâmico morreram na cidade. Depois que o naufrágio se tornou público, o Canadá ofereceu asilo a Abdullah, mas ele o rejeitou.
(AG)