Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2023
Alguns acreditam que ela irá proporcionar uma utopia na qual todos têm todo o tempo e dinheiro necessários.
Foto: ReproduçãoAgora que a OpenAI lançou um chatbot online chamado ChatGPT, qualquer pessoa com conexão à internet está a um clique de distância da tecnologia que responderá a dúvidas urgentes sobre química orgânica, escreverá um artigo de duas mil palavras a respeito de Marcel Proust e sua madeleine, ou criará um programa de computador que lança flocos de neve digitais em uma tela de laptop – tudo isso com uma habilidade que parece humana.
Conforme as pessoas percebem que essa tecnologia também é uma forma de espalhar mentiras ou até mesmo convencer as pessoas a fazer coisas que não deveriam, alguns críticos estão acusando
Sam Altman, pai do ChatGPT, de imprudência.
Recentemente, mais de mil especialistas em IA e líderes da tecnologia pediram à OpenAI e a outras empresas que interrompessem seu trabalho em sistemas como o ChatGPT, dizendo que eles apresentam “grandes riscos para a sociedade e a humanidade”.
E, no entanto, quando as pessoas agem como se Altman quase tivesse concretizado sua visão de longa data, ele recua.
“A propaganda exagerada sobre esses sistemas – mesmo se tudo o que esperamos for certo no longo prazo – está totalmente fora de controle no curto prazo”, disse ele em uma tarde recente. Segundo Altman, há tempo para entender melhor como esses sistemas vão, no fim das contas, mudar o mundo.
Muitos líderes do setor, pesquisadores de IA e especialistas veem o ChatGPT como uma mudança tecnológica fundamental, tão significativa quanto a criação do navegador da web ou do iPhone. Mas poucos conseguem entrar em acordo quanto ao futuro dessa tecnologia.
Alguns acreditam que ela irá proporcionar uma utopia na qual todos têm todo o tempo e dinheiro necessários. Outros acreditam que ela poderia destruir a humanidade. Também há aqueles que gastam boa parte de seu tempo defendendo que a tecnologia nunca é tão poderosa como todos dizem ser, insistindo que nem o nirvana, nem o dia do juízo final estão tão próximos quanto pode parecer.
Altman, 37 anos, empresário com cara de garoto e esbelto, dos subúrbios de St. Louis, mostra-se tranquilo no meio disso tudo. Como CEO da OpenAI, ele de alguma forma personifica cada uma dessas visões aparentemente contraditórias, na esperança de equilibrar as inúmeras possibilidades à medida que faz avançar essa tecnologia estranha, poderosa e com falhas para o futuro.
Isso significa que ele é frequentemente criticado por todos os lados. Entretanto, aqueles mais próximos a ele acreditam que as coisas estão como deveriam ser. “Se você está incomodando igualmente ambos os lados, então você está fazendo algo certo”, disse o presidente da OpenAI, Greg Brockman.
Passar um tempo com Altman é entender que o Vale do Silício impulsionará essa tecnologia, apesar de não estar muito seguro de quais serão as implicações.