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Saúde Pandemia amplia vulnerabilidades de surdos, diz secretária

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Priscilla Gaspar é a primeira surda a chegar a um cargo de alto escalão no Executivo.

Foto: Willian Meira/MMFDH
Priscilla Gaspar é a primeira surda a chegar a um cargo de alto escalão no Executivo. (Foto: Willian Meira/MMFDH)

A pandemia de Covid-19 elevou e expôs as vulnerabilidades que os surdos enfrentam, segundo a secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Priscilla Gaspar. Neste Dia Nacional do Surdo, a secretária relata que antes, os surdos já enfrentavam dificuldades mesmo cobrando nas esferas municipal, estadual ou federal a atenção em relação às políticas públicas, mas que a equipe levou um susto e ao constatar mais ainda as necessidades dessas pessoas.

Priscilla Gaspar é a primeira surda a chegar a um cargo de alto escalão no Executivo. Ela, que é uma das 28 pessoas com surdez na família, entende que a falta de informações para esse público causa impacto em diferentes espaços.

” Na verdade, eu sou a terceira geração de surdos na família. Minha família tem 28 pessoas surdas. Meu marido é surdo. Minhas três filhas são surdas. Meus pais eram surdos. Meus tios são surdos”, conta a secretária.

Uma das providências tomadas pela secretaria foi criar cartilhas para colaborar com a informação de pessoas surdas em relação à Covid-19. Para a secretária, a principal questão durante a pandemia era o acesso às informações de primeira necessidade, nas áreas de saúde e também da educação.

“Como as pessoas acometidas pelo vírus serão recebidas nos hospitais? Como o surdo vai se comunicar com o médico? Ou na educação, como as pessoas vão acompanhar aulas a distância, em casa. Muitas famílias são vulneráveis. Todas essas questões nos preocupam bastante”, afirma.

Para ela, a atenção deve ser ainda maior nesse momento em relação às políticas públicas. Em relação ao período, há uma preocupação extra em relação ao pós-pandemia. “Nós precisamos estar ainda mais atentos a esses grupos. A atenção precisa ser ainda maior”.

Para Priscilla Gaspar, as legislações que garantem os direitos existem, mas precisam ser cumpridas em diferentes esferas pela sociedade. “A Lei Brasileira de Inclusão demorou 15 anos para que fosse reconhecida e regulamentada (em 2015). O maior desafio é a sociedade conhecer e respeitar a legislação”.

Pandemia, saúde e educação

Segundo a secretária, os surdos já enfrentavam dificuldades cobrando nas esferas municipal, estadual ou federal a atenção em relação às políticas públicas. Com a pandemia, surgiram as demandas sobre atendimento na área da saúde: como as pessoas acometidas pelo vírus podem ser atendidas e como o surdo iria se comunicar.

Na área de educação, também, como as pessoas vão estudar à distância – nem todos os vídeos são preparados para surdos, com legendas acompanhando o áudio ou intérpretes.

Além disso, a secretária lembra que muitas famílias, na verdade, são vulneráveis. “A vida de todas as pessoas ficou mais complicada. Outra preocupação nossa é com o pós-pandemia e devemos ficar ainda mais atentos com relação a esses grupos. A gente já vem lutando há muito tempo. Defendo que devemos dar uma atenção ainda maior para as pessoas com deficiência”, explica.

Falta de informação

Para Priscilla, a maior preocupação para essas pessoas é a falta de informação. “A pior barreira para os surdos é a acessibilidade comunicacional. Com isso, a secretaria fez cartilhas acessíveis para pessoas cegas em html e também para pessoas surdas com tradução e interpretação em Língua Brasileira de Sinais. Outro desafio é como pensar em educação nesse período. A acessibilidade comunicacional é ainda frágil no nosso País. É importante que estados e municípios façam suas leis para garantir essa acessibilidade”, relata.

Libras e intérpretes

Desde a lei 10.436, de 2002, a Língua Brasileira de Sinais tem sido a segunda língua oficial brasileira. Conforme a secretária, existem muitas escolas solicitando que tem a Libras como disciplina obrigatória. Há Estados que estão solicitando a questão da criação de escola bilíngue para surdos.

“Eu penso que mais à frente a língua estará mais difundida. O tradutor intérprete também é uma profissão muito nova e estamos lutando também pelo reconhecimento desse profissional. Ele colabora com o espaço de inclusão em diferentes áreas. Nós preferimos sempre o intérprete humano a qualquer tecnologia. Os avatares, por exemplo, apenas auxiliam nas leituras de textos. Nada substitui o intérprete humano até o momento”, diz Priscilla.

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https://www.osul.com.br/pandemia-amplia-vulnerabilidades-de-surdos-diz-secretaria/ Pandemia amplia vulnerabilidades de surdos, diz secretária 2020-09-26
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