Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2019
Europa se torna o primeiro continente a adotar medida de caráter simbólico
Foto: Reprodução/TwitterO Parlamento Europeu declarou nesta quinta-feira (28) a “emergência climática” na UE (União Europeia), tornando a Europa o primeiro continente a decretar a medida. O ato é, em grande parte, simbólico, e se destina a aumentar a pressão sobre os agentes públicos por medidas concretas contra as mudanças climáticas.
A resolução foi aprovada em Estrasburgo por 429 votos a favor e 225 contra, enquanto 19 deputados se abstiveram. Nela, o Parlamento Europeu pede à Comissão Europeia e aos Estados-membros que tomem medidas para aumentar a proteção do clima e se compromete a também fazer o mesmo.
Em uma declaração, os parlamentares europeus pediram que a Comissão Europeia “assegure plenamente que todas as propostas legislativas e orçamentárias relevantes estejam completamente alinhadas” com a meta de manter o aquecimento global abaixo de 1,5 ºC em relação à era pré-industrial, prevista no Acordo de Paris sobre o clima.
A votação ocorreu a dias da abertura da Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre as COP (Mudanças Climáticas) em Madri e duas semanas antes de a Comissão Europeia apresentar o primeiro rascunho de seu Acordo Verde Europeu.
A nova presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen – cujo mandato começa oficialmente neste domingo –, propôs um Acordo Verde Europeu, que visa alcançar a “neutralidade climática” até 2050. A proposta inclui um aumento nos impostos sobre o carbono, investimentos mais pesados em negócios sustentáveis, redução da poluição e maior proteção das florestas, parques nacionais e espaços verdes.
Os legisladores europeus disseram que o bloco deve assumir um papel de liderança na luta internacional contra as mudanças climáticas. As atuais metas de emissões visam reduzir os gases de efeito estufa da UE em 40% até 2030 em relação aos níveis de 1990.
O pacto proposto por von der Leyen visa aumentar os cortes para ao menos 50%. No entanto, Estados como Polônia, Hungria e República Tcheca, que dependem amplamente de combustíveis fósseis, como o carvão, relutam em se comprometer com a neutralidade das emissões de carbono até 2050 e pedem financiamento adicional.
Segundo o Parlamento Europeu, mais de mil unidades administrativas em todo o mundo – Estados, cidades e comunidades – já declararam “emergência climática” por causa das consequências das mudanças climáticas, considerando, assim, prioritária a mitigação do aquecimento global. Em setembro, o Parlamento austríaco aprovou uma resolução similar.