Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2021
Manobra ocorreu durante grande exercício militar russo no Pacífico, na véspera do encontro de líderes do G7.
Foto: ReproduçãoA Rússia interceptou, na última semana, uma aeronave da Força Aérea dos Estados Unidos, durante um exercício militar russo de grande porte no Oceano Pacífico. Segundo o Ministério da Defesa russo, um caça escoltou o avião americano, um Boeing RC-135, para uma zona neutra. Não houve maiores incidentes depois disso.
A interceptação ocorreu durante um dos maiores exercícios militares promovidos pela Rússia no Pacífico, que envolve dezenas de navios e aeronaves russos.
Esse exercício ocorre na véspera do início do encontro dos líderes do G7 — grupo de países ricos do Ocidente com quem a Rússia tem relações mais frias.
Macron
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) precisa de uma estratégia para quando a Rússia “lançar incursões, ataques cibernéticos ou intimidar” os países europeus.
“Precisamos saber quem são nossos inimigos e quem eles são”, disse Macron.
A Otan é a aliança militar ocidental formada como contraponto ao bloco comunista liderado pela União Soviética, durante a Guerra Fria, mas que continua existindo e atuante.
Na próxima semana, o presidente russo, Vladimir Putin, deve se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Os dois mantêm uma postura muito crítica um ao outro, e os democratas vêm acusando os russos de interferência em processos eleitorais americanos.
A força aérea russa interceptou um avião de patrulha dos Estados Unidos que sobrevoava o mar Negro, próximo a Crimeia.
O Boeing P-8A Poseidon, que pertence ao Esquadrão de Patrulha da Marinha dos Estados Unidos (VP-30), havia decolado da base aérea de Sigonella, na Itália se aproximava da fronteira russa, quando foi abordado por um avião de combate russo Sukhoi Su-27 Flanker.
“A tripulação do caça se aproximou a uma distância segura da aeronave antes de identificá-la como uma aeronave de reconhecimento Poseidon, que imediatamente mudou de rota para se afastar da fronteira”, afirmou Ministério da Defesa da Rússia.
Outro incidente ocorrido em 4 de junho levou a um protesto oficial da Marinha dos Estados Unidos. Durante uma interceptação no Mar Mediterrâneo, um Su-35 haveria feito várias passagens perto demais de um P8-A Poseidon, incluindo uma em alta velocidade diretamente em frente ao avião, gerando uma forte esteira de turbulência.
“Em 4 de junho de 2019, um P-8A Poseidon voando no espaço aéreo internacional, sobre o Mar Mediterrâneo, foi interceptado por caça russo Su-35 por três vezes” afirmou a marinha dos Estados Unidos em comunicado. “A segunda interação foi classificada como insegura devido ao Su-35 estar em alta velocidade diretamente a frente da aeronave [P-8A] em missão, o que colocou nossos pilotos e tripulação em risco”.
Pouco depois, a Rússia afirma ter interceptado vários bombardeiros estratégicos Boeing B-52 Stratofortress, que voavam na mesma região.
O Ministério da Defesa da Rússia em nota afirmou que os aviões B-52 não violaram as fronteiras russas e que a interceptação foi efetuada em conformidade com as regras internacionais. Segundo Moscou, apenas em 2018 as bases russas teriam detectado e rastreado 3.000 aeronaves militares estrangeiras, incluindo 1.000 de reconhecimento voando próximo ao espaço aéreo russo, colocando tropas em alerta máximo mais de 4.000 vezes naquele ano.
A maior parte das ocorrências têm ocorrido sobre o mar Báltico, próximo a região de Krasnodar, assim como em regiões nos arredores das bases russas na Síria.
Da mesma forma os países membro da Otan afirmam que o número de aeronaves russas interceptadas tem aumentado consideravelmente, os maiores casos têm sido no espaço aéreo do Báltico, onde estão a maior parte dos países membros da aliança que foram até a década de 1990 parte do bloco soviético.